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É preciso construir uma rede de alianças de solidariedades que permitam ao país avançar

É preciso construir uma rede de alianças de solidariedades que permitam ao país avançar

O secretário-geral do PS criticou hoje as soluções políticas nacionais unilaterais de confronto com as instituições europeias, contrapondo que uma alternativa à austeridade só é possível em diálogo e com a construção de uma rede de alianças.

“Somos amigos e socialistas”, declarou com sotaque português o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, no final de um pequeno-almoço de trabalho com António Costa, na Embaixada de França em Portugal.

O líder dos socialistas portugueses salientou a sua preocupação “com a necessidade de a União Europeia reforçar a sua coesão, relançando-se um novo impulso para a convergência”. Na atual conjuntura, “é importante que haja um diálogo à escala europeia”.

“Como se tem visto, não é possível construir soluções nacionais de forma unilateral, nem em conflito com a Europa e com as instituições europeias”, advertiu, numa referência indireta crítica ao executivo de Atenas.
Para o PS, “é preciso construir uma rede de alianças de solidariedades que permitam ao país avançar”.

E nesse sentido “é decisivo reforçar no Conselho [Europeu] a presença de governos que apostem na mudança e no crescimento, na convergência e no fim da austeridade”, declarou António Costa.

António Costa lembrou também que se vai assinalar em breve os 30 anos da adesão de Portugal à Comunidade Económica e Europeia (CEE), ponto em que defendeu que os primeiros 15 anos de integração europeia do país foram “de grande sucesso”, com um crescimento económico entre 3,7 e 4,8 por cento entre 1996 e 2001.

“Temos de ultrapassar a trajetória de divergência dos últimos anos, de aumento de endividamento, e temos de devolver a confiança aos portugueses no sentido de que é na Europa que o país pode crescer e aproximar-se dos melhores níveis dos Estados-membros mais desenvolvidos. Essa tem de ser a nossa ambição coletiva, através de um diálogo com os nossos parceiros europeus para encontrar alternativas que permitam travar a política de austeridade e retomar uma trajetória de convergência”, advogou o líder do PS.

Interrogado sobre as relações entre França e Portugal, António Costa disse esperar que as relações “continuem excelentes, independentemente dos governos” dos dois países.

No encontro com o primeiro-ministro francês, António Costa esteve acompanhado pelo ex-secretário de Estado e ex-deputado socialista Pedro Marques.