É pela formação e fixação do capital humano que Portugal pode ser competitivo
“No mundo de hoje, num país europeu, esse fator de competitividade assenta, essencialmente, nos fatores associados à inovação. Não vale a pena termos a ilusão que numa estratégia assente em baixos salários nós conseguiremos ser competitivos”, afirmou o líder do Governo, na abertura de um seminário no âmbito do programa INOV Contacto, na Universidade Católica, em Lisboa.
Falando perante uma plateia de 300 jovens licenciados, que este ano vão cumprir seis meses de formação em várias instituições e empresas em todo o mundo, António Costa sustentou que se Portugal quer ser competitivo tem que ser capaz de “atrair, fixar e manter o capital humano”, destacando o trabalho realizado pelas universidades, designadamente nos programas Erasmus.
O primeiro-ministro insistiu que é através da aposta na formação, no conhecimento e na inovação que as empresas portuguesas poderão prosseguir e consolidar a trajetória de aumento consecutivo das exportações portuguesas, ganhando “projeção global, sendo mais abertas, mais internacionais e mais competitivas”.
“Esta experiência que o INOV Contacto proporciona é um fator de capital absolutamente essencial para que as nossas empresas possam melhorar a qualidade da sua gestão, possam compreender melhor o que são os desafios dos mercados globais e possam por isso melhorar a sua competitividade”, reforçou.
Sublinhando que “a internacionalização da economia portuguesa é um desafio enorme que temos pela frente”, António Costa apontou ainda para várias vantagens de que Portugal dispõe e que deve saber aproveitar. “Uma longa história de internacionalização, a cultura de conhecer outros povos, sermos uma sociedade aberta e cosmopolita, termos uma diáspora em todo o mundo, uma posição geográfica privilegiada e uma língua global, falada já por 260 milhões de pessoas”, salientou.
O programa INOV Contacto, criado em 1997, é um projeto de estágios internacionais para jovens quadros, que visa apoiar a formação de jovens com qualificação superior em contexto internacional, bem como permitir a transmissão de informação entre os participantes, através de uma rede informal de conhecimento e de uma crescente rede de contactos internacionais.
Ao longo das suas 20 edições, já possibilitou quase 5 mil estágios a jovens licenciados em mil empresas de 70 mercados, com elevadas taxas de empregabilidade, na ordem dos 70%, tendo recebido o reconhecimento de boas práticas por diversas instituições europeias.