O socialista mencionou, durante o período de declarações políticas, que, “esta semana, o Grupo Parlamentar do PSD foi à Madeira demonstrar a absoluta descoordenação com o Governo Regional, tendo levado uns raspanetes em público de dirigentes regionais sobre as propostas apresentadas pelo seu próprio partido para a revisão da Constituição”.
Miguel Iglésias, deputado eleito pelo círculo da Madeira, considerou que as propostas dos social-democratas para a revisão da Constituição “constituem um absoluto desrespeito pelos órgãos próprios das Regiões Autónomas, uma vez que, neste momento, ambas as Assembleias Legislativas da Madeira e dos Açores discutem propostas de reforma do sistema político regional, do estatuto político-administrativo e da Lei das Finanças Regionais”.
“Desprezaram tanto as Assembleias Legislativas, como ambos os Governos Regionais”, lamentou o socialista, comentando que a ideia do PSD “é totalmente absurda” e “não só enxovalha a autonomia, como todos os madeirenses e açorianos”.
“Mas ainda na sua visita à Região, ouvimos o presidente do PSD, Luís Montenegro, dizer que ‘na Madeira vê-se o Portugal que queremos’”, indicou Miguel Iglésias, assegurando que “ou desconhece a realidade da Região, ou quer Portugal nas ruas da amargura”.
E explicou porquê: “A Madeira é a Região do país com maior taxa de risco de pobreza e exclusão social”.
É também “a Região do país com o salário médio mensal líquido mais baixo e a Região com o mais baixo poder de compra”. “É este o exemplo para Luís Montenegro, presidente do PSD”, criticou.
O deputado socialista alertou que “a Região Autónoma da Madeira tem muitos desafios pela frente e a Assembleia da República e o Governo terão igualmente um papel fundamental nesse desiderato”.
Entre as prioridades estão a revisão da Lei das Finanças das Regiões Autónomas, um maior financiamento para a Universidade da Madeira, quer através de fundos europeus, quer de contratos programa, e ainda o “reforço do papel do Centro Internacional de Negócios da Madeira, a sua sustentabilidade futura e a dinamização do Registo de Navios”, enumerou o parlamentar, que asseverou que os socialistas não darão “tréguas aos ímpetos centralistas”.
Miguel Iglésias concluiu a sua intervenção a afirmar que “se continuarmos a fazer mais do mesmo, os resultados serão invariavelmente iguais”.
“É necessário empreender um diálogo muito sério entre a Região e a República e não podemos continuar a alimentar um ‘pseudo’ contencioso promovido pelo PSD/Madeira que apenas tem como objetivo manter tudo na mesma”, disse.