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"É necessária uma mudança na Europa no combate à crise"

"É necessária uma mudança na Europa no combate à crise"

António José Seguro disse hoje que os socialistas europeus querem “uma resposta mais eficaz para a crise”, com um papel mais ativo do BCE, mais tempo para consolidar as contas e melhorias nos prazos e juros das dívidas.

O secretário-geral do PS está em Madrid para participar, com os líderes socialistas espanhol e francês e outros dirigentes da família política socialista, num debate sobre o futuro da Europa.

Antes do arranque da conferência, Seguro disse coincidir com Rubalcaba na avaliação de que é necessária “uma mudança na Europa, quer no que diz respeito à resposta à crise, quer quanto a alterações aos tratados de modo a ter uma Europa que seja capaz de lidar com os problemas concretos das pessoas”.

“Esta crise nasceu nos EUA e no sistema financeiro. E a Europa conseguiu, por inabilidade e por erros cometidos pela sua liderança e por governos conservadores, traze-la para a Europa, transformando-a numa crise económica, numa crise social e da própria UE e das instituições europeias”, disse.

Para Seguro os socialistas europeus consideram necessária “uma resposta mais eficaz para a crise”, com um papel mais ativo do BCE, mais tempo para o cumprimento de uma “estratégia credível de consolidação das contas públicas” e melhorias nos prazos e nos juros das dívidas, colocando a economia e o emprego como “prioridade.

“Nós não podemos pagar a nossa divida se não houver riqueza, se não houver economia. Isso é algo que tem que ser compreendido. E a Europa tem que perceber que vivemos numa união económica e monetária tem que responder aos problemas”, disse.

“Isto não quer dizer que cada país não tenha que fazer o que deve, as nossas responsabilidades, designadamente em matéria de disciplina orçamental. Mas nenhum país resolve os seus problemas com as elevadas taxas de desemprego. E Portugal atingiu o recorde de desemprego entre os jovens, mais de 900 mil portugueses desempregados, a economia a cair e afundar-se numa espiral recessiva”, disse.

António José Seguro voltou a defender uma ampliação de prazos para o cumprimento das mestas de défice, afirmando que apesar das receitas austeras, o Governo português não cumpriu as metas nem de défice nem de dívida, empurrando o desemprego para níveis recorde.

“Esta receita de austeridade, do custe o que custar não resolve nenhum problema, agrava os problemas e agrava os desequilíbrios sociais”, disse.

O secretário-geral socialista questionou também as respostas do primeiro-ministro ao aumento do desemprego, criticando que Pedro Passos Coelho tenha considerado que o número de 923 mil desempregados está “em linha” com as suas previsões.

“Acha normal que um primeiro-ministro compare desemprego com uma oportunidade. Que um primeiro-ministro diga à geração mais qualificada de portugueses, aos jovens portugueses, que a única solução que têm é a imigração. Por isso é normal que eu pergunte ao primeiro-ministro o que é que ele lá está a fazer”, considerou António José Seguro.