home

“É muito fácil provocar eleições, mas é muito mais difícil ganhar essas eleições”

“É muito fácil provocar eleições, mas é muito mais difícil ganhar essas eleições”

O secretário-geral do PS e primeiro-ministro demissionário, José Sócrates, acusou hoje o PSD de “leviandade e falta de preparação”, dizendo que os sociais-democratas passaram as últimas semanas a “levantar suspeições” para atacar o Governo.

“Enquanto o Governo estava concentrado numa negociação difícil e exigente, que vai condicionar os próximos anos, o PSD passou essas duas semanas preocupado em atacar o Governo e a levantar suspeições”, afirmou José Sócrates, que participa como secretário-geral do PS num jantar em Portimão promovido pela Geração Activa.

Para o líder socialista, as últimas semanas foram “um espetáculo deprimente, que mostra a irresponsabilidade, a leviandade, a imaturidade e a falta de preparação do PSD”.

Segundo José Sócrates quem contribuiu para a crise política em Portugal, “teve uma única preocupação de aproveitar o momento para deitar o Governo abaixo e ter a aspiração em ganhar as eleições”.

“É muito fácil provocar eleições, mas é muito mais difícil ganhar essas eleições”, sublinhou o secretário-geral do PS, acrescentando que o país assistiu “perplexo ao espetáculo deplorável e deprimente”.

Sobre os resultados das sondagens divulgadas nos últimos dias, que apontam para um empate técnico entre PS e PSD, Sócrates destacou que “espelham a ideia de que aqueles partidos e aquelas lideranças provocaram uma crise política, completamente evitável”.

“Quando os partidos e as lideranças se esquecem do povo, o povo não esquece o que essas lideranças e o que esses partidos fizeram ao povo”, observou.

Para José Sócrates, “esses partidos não agiram em favor dos interesses do país, agiram isso sim a pensar nos seus interesses”.

“Pois vão ter uma surpresa, pois vão ter uma grande surpresa” advertiu.

O líder socialista acrescentou que “a verdade é que os portugueses percebem bem que o Governo fez aquilo que devia”.

“Defendeu Portugal da ajuda externa, mas quem nos obrigou a recorrer à ajuda exigiu do Governo a concentração naquilo que era um acordo que defendesse o nosso país”, disse.

“Esse acordo foi conseguido com base no PEC que foi recusado na Assembleia da República”, recordou José Sócrates.

No seu discurso, o líder socialista apontou as reformas na educação e na saúde como “grandes decisões” que o Governo teve de tomar, “muitas das quais de desagrado dos portugueses”.

Na sua intervenção, perante cerca de 500 pessoas, José Sócrates autoproclamou-se “como o rosto da política que tomou decisões, algumas das quais muito difíceis”.