É fundamental combater a precariedade no ensino superior
António Costa disse hoje a reitores e diretores de faculdades que é fundamental, também no ensino superior, “combater a precariedade”, considerando que só numa administração pública com carreiras “pode existir motivação”.
António Costa discursava, ao final da manhã, na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, na Caparica, concelho de Almada, na segunda sessão do Roteiro Inovação 2018, dedicada à inteligência artificial, que percorre hoje os concelhos de Palmela, Almada e Setúbal.
“Só numa administração com carreiras pode existir motivação. É fundamental combater a precariedade na Administração Pública em todos os setores e, senhores reitores, senhores diretores de faculdades, também no ensino superior é fundamental combater a precariedade”, apelou.
Na opinião do primeiro-ministro, Portugal precisa de ter Administração Pública “mais motivada”, sendo por isso essencial o Governo ter “reposto as condições remuneratórias”, bem como este ano ter finalmente conseguido “desbloquear a progressão de carreiras”.
“Como ainda ontem recordava o Conselho Superior das Finanças Públicas, depois de no ano passado termos tido o maior crescimento deste século e termos tido uma acentuada quebra no desemprego ao longo dos últimos anos, hoje, para continuarmos a crescer temos que seguramente ou aumentar o nosso perfil demográfico ou aumentar a nossa produtividade”, lembrou.
Ao contrário do Conselho Superior das Finanças Públicas, o primeiro-ministro considerou ser preciso fazer ambas as coisas: “precisamos de aumentar a nossa população e precisamos de aumentar a nossa produtividade”.
Por isso, “a inovação é crucial”, uma vez que só com ela é possível aumentar e melhor a produtividade.
“Para que este processo de inovação tenha sucesso, não basta que a transferência de conhecimento se faça para o tecido empresarial, é também crucial que a transferência de conhecimento se faça para a Administração Pública. Uma Administração Pública com mais conhecimento, mais inteligente, será uma Administração Pública que presta serviços de melhor qualidade”, justificou.
O primeiro-ministro sublinhou ainda que “a reforma do Estado não é, como alguns pensam, um momento de ‘big bang’ em que o Estado se transforma”, mas sim “um processo continuado e que tem de ser imparável”.