É altura de se fazer um balanço sobre as nomeações para cargos de direção no Estado
O secretário-geral do PS anunciou hoje que vai exigir um balanço das nomeações até agora feitas para cargos de direção superior da administração pública, visto que, apesar dos concursos, os nomeados são sempre do PSD ou CDS.
António Costa falava no discurso de encerramento das Jornadas Parlamentares do PS, que se realizaram em Gaia, numa parte da sua intervenção que dedicou à fiscalização política do atual Governo e em que se referiu à necessidade de se fazer um balanço sobre o trabalho da CRESAP (Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública).
“É altura de fazer uma avaliação do trabalho da CRESAP e dos resultados da aplicação do trabalho da CRESAP por este Governo”, referiu o líder socialista.
“Há muito concurso, há muita transparência, são todos objetivamente avaliados, a CRESAP até indica ao Governo sempre três nomes de candidatos apurados, mas, depois, no fim, é sempre alguém do PSD ou do CDS que é nomeado para aquele lugar”, declarou.
Neste contexto, o secretário-geral do PS defendeu que, em período de final de legislatura, “é altura de se fazer um balanço sobre as nomeações.
“Porque já vimos o que aconteceu nos dirigentes regionais da Segurança Social e nas comissões de coordenação de desenvolvimento regional (com uma única exceção criteriosamente exemplificada para ser a exceção que confirma a regra). A verdade é que o resultado é sempre o mesmo. Isto não pode deixar de merecer a devida fiscalização por parte da Assembleia da República”, advertiu o líder socialista.
Na sua intervenção, o secretário-geral do PS retomou também exigência de explicações feita na sexta-feira pelo seu líder parlamentar, Ferro Rodrigues, no sentido de que haja um esclarecimento cabal sobre a eventual existência de uma lista VIP de contribuintes.
“O Governo tem de ir ao parlamento e explicar muito bem se há ou não há – e que critérios terão sido eventualmente estabelecidos – contribuintes VIP com tratamento especial da nossa administração fiscal”, insistiu António Costa.