Discurso do PSD “sem Pontal por onde se pegue”
“Sempre a mesma conversa: a economia está boa por causa dele – como se os empresários investissem por causa do passado e não por confiarem no presente e no futuro”, comentou Carlos César, assinalando que o líder do PSD critica o PS por comprometer a economia ao não fazer reformas, mas que ao ser confrontado com realidade do país “não tem outro remédio do que dizer que tudo está a melhorar”.
“Afinal? Quer a tal reforma da segurança social para a privatizar e não aumentar pensões. Afinal diz que quer que os portugueses paguem mais na saúde e na educação. Afinal já não quer políticas de baixos salários, mas esteve e está contra o aumento do salário mínimo nacional. Disse que o emprego ia diminuir e agora reconhece que está a aumentar e muito”, assinalou, com ironia, o líder parlamentar socialista, elencando as sucessivas contradições no discurso de Passos Coelho.
O presidente do PS criticou também a “indignação” manifestada pelo líder do PSD por não se ter avançado com a reforma da descentralização, sublinhando que Passos Coelho “não se lembra que teve mais de quatro anos para fazê-la, quando esteve no Governo, e há dias inviabilizou no Parlamento que ela pudesse ser aprovada ou pelo menos iniciada”.
E foi ainda contundente sobre a comparação que o líder do PSD estabeleceu entre o passado e o futuro do seu partido e do PS: “Esquece que enquanto Mário Soares se orgulhava do caminho que começámos a fazer com o atual Governo, Sá Carneiro, se fosse vivo, corava de vergonha com o PSD que hoje temos”.
Um discurso, que, no entender de Carlos César, pode ser resumido numa frase, em concordância com a rentrée social-democrata: “Sem ‘Pontal’ por onde se pegue”.