Dignidade do trabalho é “o motor para o desenvolvimento sustentável e sustentado”
No discurso proferido na sessão comemorativa do centenário da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que teve lugar ontem, na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, Vieira da Silva salientou a importância da OIT referindo que “sendo a mais antiga organização internacional, no contexto mundial, a eficácia e longevidade da OIT estão claramente relacionadas com o seu sistema tripartido de funcionamento entre governos, sindicatos e empregadores”.
“Ao longo destes 100 anos de existência, a OIT empenhou-se fortemente na criação de condições de trabalho justas e dignas que elevam o estatuto do trabalho à escala mundial”, salientou o titular da pasta do Trabalho.
Referindo-se ao relatório da Comissão Global sobre o Futuro do Trabalho, o governante considerou que a elaboração e divulgação do documento constitui “um momento de consolidação e de lançamento de uma nova fase, de um novo estádio de discussão desta que é uma questão crucial para o nosso futuro: O trabalho que temos e o trabalho que queremos”.
Vieira da Silva recordou, na ocasião, que Portugal é membro fundador da OIT. “É, por isso, também centenária a história dessa relação”, disse, reconhecendo que “nem sempre foi uma relação fácil”, sofrendo “os impactos de percursos históricos complexos e contraditórios”.
“Mas posso afirmar que hoje o compromisso de Portugal com a OIT é mais sólido do que nunca e tudo faremos para o continuar a honrar”, concluiu. À margem da cerimónia, onde participou em representação do Governo português, o ministro afirmou que Portugal “apoia de uma forma muito clara as conclusões do relatório da OIT”, o qual considera que é necessário “repensar o contrato social” com vista a capacitar os atuais e futuros trabalhadores para os novos desafios, através da “aprendizagem ao longo da vida”.
Nesse sentido, o responsável do Governo considera que é necessário criar condições “para que as pessoas possam regressar permanentemente a processos de reaprendizagem”, quer as novas gerações que têm um “nível de educação e de formação inicial muito elevados, quer as gerações anteriores que têm um nível de educação mais baixo.