Diário Económico: Renováveis já representam 66% da produção de electricidade
António Sá da Costa, presidente da Associação de Energias Renováveis (Apren), relativiza o crescimento, pois “parte sempre de uma percentagem baixa”. Para o responsável da Apren, o mais importante é saber que, “no final de Junho, 66% do total de energia consumida no país foi de origem renovável”. Destes 66%, cerca de 40% tem origem na energia hídrica e 20% na eólica. O que resta é proveniente de biomassa, fotovoltaico e biogás.
Direcção-Geral de Energia revela que a produção de energia eólica aumentou 49% até Junho.
O peso das energias renováveis na produção de electricidade tem vindo a aumentar e já representa mais de metade do total consumido. Uma ambição do Governo que tem sido seguida à risca pelas empresas. A produção de energia eólica cresceu 49% no primeiro semestre deste ano em relação a 2009, atingindo uma potência instalada de 3.802 megawatts (MW) até Junho de 2010.
Segundo o relatório de Junho da Direcção Geral de Energia e Geologia, a produção de energia eléctrica, a partir de todas as fontes renováveis, “registou um acréscimo de 90% no primeiro semestre tendo em conta os números do período homólogo.
No entanto, António Sá da Costa, presidente da Associação de Energias Renováveis (Apren), relativiza o crescimento, pois “parte sempre de uma percentagem baixa”. Para o responsável da Apren, o mais importante é saber que, “no final de Junho, 66% do total de energia consumida no país foi de origem renovável”.
Destes 66%, cerca de 40% tem origem na energia hídrica e 20% na eólica. O que resta é proveniente de biomassa, fotovoltaico e biogás.
No entanto, com o Verão em força, a produção de electricidade a partir de renováveis tradicionalmente cai. Assim, até dia 20 de Agosto, o peso das renováveis, em termos acumulados, caiu dos 66% do semestre para 58%. As eólicas em particular desceram para 18%. “Apesar da eólica ser muito mais estável do que a hídrica – que depende de anos secos ou húmidos –, a quantidade de energia eólica ainda vai baixar mais em Setembro, mas depois começa a subir em Outubro, Novembro e Dezembro”, explicou António Sá da Costa.
Para este ano, o responsável prevê que o ano termine com as eólicas a pesarem18% a 19% da produção total de energia, um valor que ultrapassa os 15% que pesaram na produção portuguesa do ano passado.
No final do ano, Portugal deverá ter perto de 3.820 MW de capacidade eólica instalada, já que os 3.802 MW referenciados pela Direcção-Geral como potência já instalada até Junho incluem as licenças atribuídas durante esse período. Segundo os números da DGGE, até Junho foram licenciados 10.384 MW de instalações de fontes de energias renováveis, sendo que 4.372MWsão de origem eólica.
Segundo António Sá da Costa, a energia eólica é que a tem maior potencial de crescimento. A Apren estima chegar a 2020 com 6.500 a 7.000MW de capacidade instalada. No entanto, percentualmente a solar é a que vai crescer mais: 20 vezes mais até 2020, ou seja, a energia solar vai ultrapassar os 2.000 MW de potência instalada contra os pouco mais de 100 MW actuais.
“Se olharmos para o consumo previsto para 2020, 25% será proveniente da hídrica e 25% da eólica”, mas o maior potencial de produção é o da biomassa, pois “pode estar a produzir 24 horas por dia, sete dias por semana”.
As vozes mais críticas em relação aos apoios do Governo não assustam a Apren. “Todas as formas de produzir electricidade recebem apoios: nós recebemos directamente, as outras empresas recebem de forma indirecta”, sublinhou Sá da Costa.
ENERGIA EÓLICA
25%
Em 2020, a Apren estima que o peso da energia eólica seja tão grande como o das hídricas. Nessa altura, a energia solar vai crescer 20 vezes mais e atingir os 2.000 MW de capacidade instalada.
LICENÇAS
10.384 MW
No primeiro semestre, foram licenciados 10.384 MW de projectos de energia renovável, sendo que 4.372 MW são de energia eólica