Assinala-se hoje a passagem de mais um Dia Europeu da Igualdade Salarial. Este dia marca a desigualdade de rendimentos entre homens e mulheres, marca a desigualdade do trabalho não remunerado assegurado pelas mulheres. É como se deste dia até ao último do ano, as mulheres trabalhassem sem receber, ao contrário dos homens. É como se, por um ano de trabalho, as mulheres fossem pagas apenas por 324 dias, enquanto os homens são pagos por 365.
Em Portugal, por trabalho igual, as mulheres recebem menos 14,4 % de vencimento do que os homens. A média europeia é de 14,1% e a média mundial é de 20%. Este é um problema crónico que, apesar de tudo, tem evoluído positivamente, o que leva a que se possa calcular quando será atingida a igualdade salarial entre homens e mulheres. O Fórum Económico Mundial fez essas contas e avisou que só em 2 157 lá chegaremos. Mas já estivemos mais perto! É que o impacto da pandemia adicionou 36 anos extra aos já 99,5 necessários em 2019 para diminuir a desigualdade de género.
A igualdade de género, nesta matéria, não será para nenhuma de nós. Apenas a geração de mulheres que está para nascer irá ter oportunidade de deixar de se preocupar com esta luta. Até porque, neste momento, está em causa a luta por 144 em cada 1 000 euros de salário. É muito dinheiro, sobretudo quando estão em causa famílias monoparentais, maioritariamente constituídas por mulheres e filhos.
As Mulheres Socialistas saúdam o papel do Partido Socialista neste combate, ao fazer aprovar na Assembleia da República a Lei nº 60/2018, que reforça o princípio constitucional da igualdade salarial e apelam a todas as mulheres para que não deixem de batalhar por esta causa, que atravessa gerações e que leva as mulheres mais velhas recebam pensões que ficam 30% abaixo do valor das pensões recebidas por homens.
Os números falam por si, falam por nós!
