“Desnorte da oposição é bem claro na invocação ora do diabo ora do presépio”
Para Carlos César, a oposição de direita, sobretudo o PSD, como referiu, é quem mais oposição anda a fazer à “própria oposição”, lembrando a propósito o recente arrependimento de Passos Coelho com a vinda do diabo, para agora invocar, já não a vinda de belzebu, mas a “próximo vinda dos três reis magos”.
A nuance, na opinião do líder parlamentar socialista, terá de merecer ao ex-primeiro-ministro uma análise mais fina, não vá ter que verificar que os reis magos que invoca não serão, ao contrário do que deixa antever, os da troica ou os da tradição da religião cristã, mas um Baltazar que “pode ser Montenegro”, um Belchior que “pode ser Rangel” ou um Gaspar que “poder ser Rui Rio”, porque nenhum deles, garantiu ainda Carlos César, “quer Passos Coelho tranquilo nas palhinhas deitado”.
Segundo Carlos César, a oposição que hoje existe no Parlamento e no país ao Governo liderado por António Costa é uma “oposição em queda” na confiança dos portugueses, o que fica evidente, como garantiu, pelo seu discurso desorientado, não só “quando invoca a vinda do diabo e a memória do presépio”, mas também pela hesitação e submissão que demonstra, sobretudo pela parte do PSD em relação ao CDS, de uma guerra de ajustes de contas entre ambos os partidos na candidatura à Câmara Municipal de Lisboa”, como se nas eleições autárquicas não interessasse apenas os “interesses dos munícipes portugueses”.
Concentrando-se nos verdadeiros interesses do país, o dirigente socialista garantiu que, no próximo ano, “pesem embora as incertezas e imprevisibilidades”, o PS tem a “ambição” de não baixar as expetativas dos portugueses, considerando decisivo “fazer prova”, com sucesso, de que é possível “continuar e aprofundar” a política de responsabilidade social e de desenvolvimento económico associada a uma política de responsabilidade financeira e de boas contas públicas.
Mostrando-se convicto de que os portugueses “sabem que o PS faz o seu caminho pensando em Portugal”, Carlos César garantiu que o Governo liderado por António Costa “tudo fará”, no “limite das suas competências e possibilidades”, para que o próximo ano de 2017 seja “marcado” por sucessos na “estabilização do setor bancário”, ou na atração do investimento externo reprodutivo, mas também em áreas tão importantes para a consolidação do desenvolvimento económico e social de Portugal, como na mobilização dos fundos comunitários, na descida do desemprego e no combate à precariedade laboral, na descentralização política, na criação de condições para um maior investimento na educação das crianças e dos jovens, “melhorando o desempenho do ensino público, da ciência, da inovação e da cultura”.