Desigualdades sociais são resultado da política de austeridade
No primeiro dia de jornadas parlamentares foram debatidas as consequências das medidas impostas pelo Governo nas áreas da Saúde e da Educação.
O presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, Alberto Martins, deu o mote para a discussão durante a sessão de abertura: “As desigualdades sociais são resultado de uma política de austeridade que põe em causa o Estado Social.”
Alberto Martins criticou o “ataque sem precedentes às funções sociais do Estado” e deixou uma resposta ao Governo: “Cada vez que o Governo quer fazer mais cortes ressuscita a ideia da reforma do Estado. Agora em versão fim de legislatura, mais não é do que uma nova máscara de austeridade. Perante esta proposta, o PS tem uma resposta clara. Não contem connosco para isto.”
A primeira intervenção do painel de convidados coube ao ensaísta Eduardo Lourenço, que se centrou na importância do socialismo. “Estou aqui como se fosse a minha casa, a casa socialista”, afirmou. “O socialismo nasceu para ser a voz dos não privilegiados”, salientou, vincando ainda que “o PS é uma peça fundamental para que continuemos em democracia”.
O economista Ricardo Paes Mamede abordou os fatores determinantes da trajetória de empobrecimento do país, como a elevada taxa de desemprego. “O desemprego de longa duração é um problema económico. Quanto mais tempo as pessoas estão no desemprego mais difícil é serem reintegradas no mercado de trabalho. Neste momento, o problema é que temos 350 mil pessoas que estão há pelo menos 2 anos fora do mercado de trabalho. Temos centenas de milhares de pessoas que estão a perder a ligação ao mercado de trabalho”, apontou.
A terceira intervenção foi feita pela médica Dalila Veiga, que criticou os cortes que o Governo tem implementado na área da saúde. “Os profissionais de saúde trabalham todos os dias com as pessoas e podem testemunhar a dificuldade crescente de todos os portugueses”, sublinhou, dando como exemplo o aumento dos tempos de espera e do absentismo nas consultas. “As políticas da troika demonstram uma insensibilidade social”, sustentou, alertando que a população portuguesa está cada vez “mais envelhecida e mais doente”.
A sessão prosseguiu com debate entre os oradores e os deputados do GPPS, moderado pela presidente do PS, Maria de Belém roseira.