“Só de forma integrada é que conseguimos o desenvolvimento que queremos para o interior”, o qual “tem de ser centrado nas pessoas”, onde a principal “preocupação tem de ser primeiro cuidar que quem já cá está”, afirmou a ministra Ana Abrunhosa, na sessão de encerramento do festival ‘VisitPortugal Descobre o teu Interior’, organizado pelo Gerador, que decorreu entre os dias 8 e 10 de abril.
A atração e fixação de população passa por investir nas instituições científicas, as quais, segundo a ministra, além de “formar pessoas” assumiram a missão de “ajudar a resolver os problemas das comunidades onde se inserem”.
Para a ministra, é necessário garantir às populações do interior o “acesso a serviços públicos”. Nesse sentido, a “tecnologia permite prestar serviços à distância, permite que, em vez das infraestruturas, os serviços vão junto das pessoas”, pelo que a banda larga são “as estradas do futuro”, sendo, por isso, importante que as tecnologias e meios digitais possam “chegar devidamente a todas as pessoas e a todas casas”, assim como às escolas para que possam responder às exigências atuais e estar “preparadas para os desafios de amanhã”.
Ana Abrunhosa considera que a aposta na promoção do acesso a serviços públicos tem de ser complementado com investimento “nas acessibilidades, nas estradas”, defendeu a ministra.
A responsável pela pasta da Coesão Territorial sublinhou o papel que as instituições do setor social e solidário desempenham, tornando-se “cada vez mais importante que se preocupem com respostas sociais e inovadoras”.
Face aos desafios que se colocam, a ministra considera que é fundamental “trabalhar com quem já está no interior”, designadamente os “jovens trabalhadores, as famílias, as empresas”, bem como “os municípios, que estão na linha da frente em tudo, e a pandemia também o veio sublinhar”.
A pandemia de Covid-19 “trouxe novas dificuldades, tem-nos feito reavivar prioridades, relativizar os nossos problemas e olhar de uma forma muito diferente para aquilo que é o nosso presente e para o que queremos que seja o nosso futuro”, disse a ministra.
“Nesse novo olhar, o interior já não é mais um caminho de cabras, já não é mais uma mulher de lenço preto na cabeça, já não é mais a floresta, a agricultura e o meio rural. É, sim, a agricultura, a floresta, o meio rural com conhecimento, com tecnologias, com pessoas qualificadas e com outras atividades. O interior é um mundo que o nosso próprio país tem de voltar a explorar”, concluiu Ana Abrunhosa.