“Os orçamentos nacionais devem apaziguar as desigualdades crescentes nas nossas sociedades democráticas e promover uma cooperação generosa entre os países ricos e pobres”, frisou Bacelar de Vasconcelos durante a reunião plenária da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa sobre as consequências da agressão da Federação Russa contra a Ucrânia.
Pedro Bacelar de Vasconcelos, o presidente da delegação portuguesa, fez-se acompanhar pelos socialistas Pedro Cegonho, Edite Estrela e Ana Catarina Mendes, e frisou que “a autonomia estratégica da Europa exige uma apologia feroz ao desarmamento universal e à destruição de todas as armas nucleares”.
Saudando as sanções contra os oligarcas russos, o socialista alertou que “precisamos também de promover uma transparência mais estrita nas transações financeiras globais, nomeadamente, proibir os paraísos fiscais e proibir os serviços oferecidos por um sistema bancário desregulamentado a notórios criminosos internacionais”.
“As violações sistemáticas do direito internacional público aumentaram surpreendentemente em todos os lugares nos últimos 30 anos”, vincou o deputado do PS, que referiu que “um novo sistema de segurança é urgentemente necessário para prevenir a guerra, melhorar a cooperação para o desenvolvimento sustentável e garantir os direitos fundamentais. As armas ou o uso da força não podem promover a democracia e a dignidade humana”.
Por fim, Bacelar de Vasconcelos deixou uma sugestão ao Conselho da Europa: “O Conselho da Europa deve assumir um papel mais eficiente com instrumentos eficazes para fiscalizar as democracias, denunciar e processar as violações dos direitos humanos”. E terminou com a palavra “paz”.
Salvar arte é a segunda prioridade depois de salvar vidas
Começando a sua intervenção a citar Anne Frank – “qual é o objetivo da guerra? Porque é que as pessoas não podem viver juntas pacificamente? Porquê toda esta destruição?” –, o deputado do PS Pedro Cegonho pediu o fim do conflito e “que a diplomacia e a ética prevaleçam”, uma vez que “não deveria ser possível para os europeus passar novamente pelo horror da guerra, morte e destruição”.
“Também estamos preocupados com o património mundial em cidades como Kiev e Odessa”, sublinhou o parlamentar, que lembrou que “as paredes dos museus estão vazias, as caves estão repletas de obras de arte embaladas. Salvar a arte é a segunda prioridade depois de salvar vidas, porque o património também se baseia na convicção da identidade cultural única da Ucrânia”.
Por isso, Pedro Cegonho enalteceu “a coragem e o risco que os artistas ucranianos, diretores de museus e técnicos estão a ter para proteger o património, que pertence não só à Ucrânia, mas também a toda a humanidade”.
O parlamentar mencionou ainda “os presidentes de câmara que alimentam e cuidam da sua população, mas são atacados, sequestrados e – quem sabe – mortos”. E asseverou que todos devem “seguir o presidente do Congresso das Autarquias Locais e Regionais do Conselho da Europa e apoiar a sua declaração, na qual condena veementemente o rapto dos autarcas e a pressão sobre os representantes eleitos locais nos territórios ocupados, tendo pedido a sua libertação imediata”.
“Nós, o povo da Europa, pedimos aos líderes russos: por favor, deem uma oportunidade à paz”, concluiu o socialista.