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Deputadas socialistas questionam Governo sobre o impacto da Covid-19 na vida das mulheres

Deputadas socialistas questionam Governo sobre o impacto da Covid-19 na vida das mulheres

As deputadas do Grupo Parlamentar do PS Elza Pais, Edite Estrela, Catarina Marcelino, Isabel Rodrigues, Alexandra Tavares de Moura e Cristina Moreira questionaram ontem o Governo sobre o impacto da Covid-19 na vida das mulheres, solicitando o envio de dados desagregados por sexo relativos aos trabalhadores/as abrangidos pelas medidas de apoio económico e social promovidas pelo Governo.
Deputadas socialistas questionam Governo sobre o impacto da Covid-19 na vida das mulheres

Em duas perguntas dirigidas às ministras de Estado e da Presidência, e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, as parlamentares socialistas recordam que o secretário-geral das Nações Unidas considerou que “os impactos sociais e económicos da crise nas mulheres são muito preocupantes”, como demonstra o relatório da ONU sobre “o impacto da Covid-19 nas mulheres”.

“Aí se realça a quebra nos empregos remunerados, o trabalho de assistência não remunerado, sobretudo a cargo das mulheres, que aumentou exponencialmente em resultado do encerramento das escolas e do aumento das necessidades com a população idosa”, recordam as deputadas do PS, que fazem ainda notar que “quase 60% das mulheres em todo o mundo trabalham na economia informal, pelo que os seus rendimentos estão a diminuir, economizam menos e correm maior risco de cair em situação de pobreza”.

“O relatório mostra também que a pandemia pode aprofundar as desigualdades de género, com o aumento ou o silenciamento das situações de violência doméstica, sendo que muitas vítimas vivem agora em casa com o agressor com medo de pedir ajuda”, alertam ainda as parlamentares socialistas.

Também estudos recentes sobre trabalho e desigualdades em confinamento, perda de rendimentos e transição para o teletrabalho, realizados pelo Colabor–ISCTE, “dão conta de que as velhas assimetrias de género se reproduzem e aumentam no que diz respeito à distribuição do trabalho doméstico e de cuidado às crianças, havendo também mais mulheres que homens em assistência à família e em layoff”, recorda-se nas perguntas enviadas às ministras Mariana Vieira da Silva e Ana Mendes Godinho.

“Não podemos deixar de reconhecer o conjunto de medidas de apoio económico e social que, logo desde o inicio da pandemia, o Governo aprovou para proteger empregos, rendimentos das famílias e evitar a destruição das empresas”, ressalvam as deputadas do PS, que apontam, entre outros, os exemplos do regime excecional de faltas justificadas para trabalho motivadas por assistência à família, o apoio excecional de trabalhadores pelo encerramento de Escolas, os apoios à manutenção dos postos de trabalho em teletrabalho, assim como o apoio aos trabalhadores para ficarem com os filhos em casa e o regime de lay-off, entre muitas outras medidas.

As parlamentares do PS pretendem, assim, saber se “existem dados desagregados por sexo relativamente aos trabalhadores abrangidos pelas medidas adotadas pelos Governo para reduzir o impacto social e económico da crise pandémica, nomeadamente, trabalhadores/as em lay-off, em apoio para ficarem com os filhos e em teletrabalho”.

Em caso afirmativo, as deputadas do PS solicitam que a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social envie esses dados à Assembleia da República. Caso não existam, questionam se ” pensa o Governo integrar essa desagregação por sexo e quando”.