As mulheres no Parlamento
CARLA DE SOUSA Já todas ouvimos: se falamos com veemência e assertividade, somos histéricas. Se falamos com as mãos, somos palhaças. Se falamos com o corpo, somos libertinas. Se emitimos opinião, criamos divergências. Há um mundo inteiro em nós pronto a ser silenciado por muitos. Lutamos com o pouco que temos mas que é também o muito da herança que recebemos das mulheres que nos antecederam: Humanismo. Resistência. Dignidade. |
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CARLA TAVARES Entrei para o Partido Socialista, por iniciativa própria em Abril de 1999. Na altura estudava em Coimbra, pelo que minha primeira filiação é da secção de Santo António dos Olivais. Seis anos depois, aquando das autárquicas de 2005, fui convidada para fazer parte da lista do Partido Socialista à Assembleia Municipal de Águeda, tendo sido a última a ser eleita. Em 2007, filiei-me na secção de Águeda do Partido Socialista, Federação de Aveiro. Em 2009, além de continuar a fazer parte da lista do PS para a Câmara Municipal, aceitei o desafio então lançado pela Comissão Política Concelhia de Águeda para me candidatar a Presidente da Junta da Freguesia de Óis da Ribeira, de onde sou natural e onde vivi até aos 34 anos. Nessas eleições fui a única candidata mulher a Presidente de Junta pelo PS. Na altura com 20 freguesias, o PS de Águeda apresentou 19 candidatos homens e uma única mulher. Perdi as eleições, mas ganhei força e vontade para assumir a luta pelos direitos das mulheres como uma missão de vida. A partir de então, e na qualidade de dirigente da Federação Distrital de Aveiro, sempre tive como objetivo sensibilizar as e os nossos camaradas para as questões da igualdade de género. Em 2014 fui eleita Presidente do Departamento Federativo de Aveiro das Mulheres Socialistas, mandato que embora curto, procurei exercer com a dignidade e empenho que todas as mulheres merecem, sobretudo num ano extremamente difícil em que o número das vítimas de violência doméstica atingiu números até então nunca alcançados. Desde pelo menos 2012 que faço parte dos órgãos nacionais do DNMS, onde tenho tido oportunidade de aprofundar e desenvolver várias atividades no âmbito da luta com a desigualdade de género. Estando deputada à Assembleia da República desde Novembro de 2015, tenho tido a oportunidade de acompanhar grande parte das temáticas relacionadas com a igualdade de género, sobretudo no que se refere às relações de trabalho, sendo a primeira subscritora do Projeto de Resolução nº 713/XIII/2, que Recomenda ao Governo a adoção de medidas que promovam a transparência das remunerações com vista à eliminação das desigualdades salariais entre homens e mulheres. |
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EURÍDICE PEREIRA Acima de tudo assinala-se o dia da busca de um bem maior: a Igualdade entre homens e mulheres em diversos domínios onde sendo idêntico o empenho e o desempenho é distinto o reconhecimento. Enquanto o género for o mote da desigualdade a proximidade de uma sociedade à civilização está longínqua. Entendo, sem reservas, que a construção de ‘uma justiça de género’ tem de ser alicerçada, incontornavelmente, com a participação, igual, de homens e mulheres. |
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ISABEL MOREIRA A prática de uma mentalidade patriarcal insiste na violência doméstica, no assédio sexual, na discriminação salarial, no nosso silenciamento no espaço público e privado e na dupla valoração moral que pesa sobre nós. Feministas, cá estamos a lutar, como há 100 anos e pelo tempo que for necessário. |
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JÚLIA RODRIGUES Mulher! Mulher Transmontana! Mulher Socialista! Ser Mulher Transmontana é crescer e viver entre mulheres fortes e lutadoras, que assumem a liderança – muitas vezes pouco reconhecida, na família, no trabalho e na Sociedade. Ser Mulher Socialista é partilhar os valores da igualdade e da solidariedade. Ser Mulher é ser resistente e persistente. Ser Mulher é saber o que fomos, o que somos e o que desejamos ser. Ser mulher é um orgulho e um verdadeiro desafio. |
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LUÍSA SALGUEIRO Que a luta das mulheres de todo o Mundo e as conquistas alcançadas ao longo dos anos sejam inspiradoras para o muito que ainda há a conquistar. Saber que em 2016 um terço dos homicídios em Portugal aconteceu em contexto de violência doméstica, de que as mulheres são as principais vítimas, deve ser suficientemente mobilizador para que continuemos a lutar por uma sociedade mais justa e igualitária. |
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MARIA ANTÓNIA ALMEIDA SANTOS O poder transformador do processo para a efectiva igualdade de género vai continuar. Igualdade de todos perante a Lei não tem chegado, continuam a existir injustiças gritantes, na família, no trabalho, no exercício de alguns direitos civis. Continuaremos com o inconformismo necessário até que a igualdade de género seja uma realidade plena. Continuaremos a celebrar o dia 8 de Março com uma visão prospectiva de futuro. Um futuro justo, liberto de discriminações de género. |
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MARIA AUGUSTA SANTOS IGUALDADE – Utopia/Realidade: duas faces da mesma moeda? A realidade de hoje foi a utopia de ontem. Mas tem valido a pena. Tem sido um longo caminho. Um caminho de “terra batida”. Difícil. Árduo. Mas temos sido obreiros em matéria da IGUALDADE. E orgulhamo-nos por isso. Quando olhamos para trás, para um passado muito próximo, mal nos reconhecemos, tais foram as mudanças pela IGUALDADE. É a razão para que o dia de hoje seja uma celebração. E um reconhecimento profundo às inúmeras Mulheres e Homens que cimentaram compromissos pela IGUALDADE. Todos nós, Mulheres e Homens, estamos convocados para continuarmos a firmar esses compromissos. Mas temos de caminhar mais. A jornada não terminou. E o caminho, agora já empedrado, ainda tem muitos desnivelamentos. Exige-se que caminhemos mais. O destino ainda está longe, embora muito mais perto. A utopia de hoje tem de ser a realidade de amanhã. Saibamos construí-la! |
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MARIA DA LUZ ROSINHA No próximo dia 8 de Março, comemoraremos mais um Dia da Mulher. Haverá muitos discursos e manifestações carregadas de boas intenções. Até parece que o mundo vai mudar e que num amanhã muito próximo tudo será melhor. Mas a realidade é bem diferente e o dia a dia mostra que é preciso continuar a lutar pela verdadeira igualdade, desde logo pelo fim da violência doméstica que todos os dias em qualquer parte do mundo ceifa vidas, depois de um verdadeiro calvário psicológico e físico. As mulheres do Mundo inteiro mais não pedem do que aquilo a que têm direito como seres humanos que são. |
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ODETE JOÃO Celebrar e lutar. Nos últimas décadas alterou-se a situação da mulher em Portugal. Podemos, hoje, celebrar as conquistas alcançadas sobre a igualdade de género, onde o Partido Socialista foi sempre pioneiro. Todavia, precisamos de continuar a lutar para acabar com a violência sobre as mulheres e as injustiças sociais que as atingem. Tudo faremos para continuar a promover a sua crescente representatividade social e política. |
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PALMIRA MACIEL Orgulho de nós… Mulheres. O reconhecimento da mulher na sociedade tem mudado significativamente, tendo deixado de ser apenas mãe e dona de casa, para se transformar em dona de direitos que a colocam em igualdade com o homem. Não obstante, urge ainda mudar muito. Importa fazer sobressair o papel da mulher no Mundo, na sociedade, numa família… Porque, infelizmente, muitas mentalidades ficaram no séc. XV, em que o papel da mulher não passava senão de um ser subserviente. Ao longo destes anos, houve força e esforço para enfrentar um mundo de preconceito e vencer pela dignidade, inteligência e pela palavra. Importa continuar. |
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SÓNIA FERTUZINHOS Os avanços na igualdade entre mulheres e homens em Portugal depois do 25 de abril são incríveis, e o contributo do PS para a criação de condições para esses avanços deve orgulhar-nos a todos e a todas. Recordo algumas das políticas públicas mais recentes e importantes para a construção da igualdade de facto no nosso país: lei da participação equilibrada de homens e mulheres na política e licença da parentalidade. Há que prosseguir o caminho que temos feito na sociedade portuguesa, como há que prosseguir o caminho que o PS tem feito nas suas estruturas e organização. Um dos desafios para o PS relativamente a si próprio é para mim muito claro, definirmos uma estratégia com o objetivo de termos mais mulheres na linha da frente do exercício do poder no nosso partido. Mais mulheres líderes de concelhia, líderes de federação, mais mulheres com protagonismo político e social para disputarem e assumirem o poder. Cada dia 8 de março deve servir para projetarmos o futuro. Mas também tem que servir para não deixarmos cair no esquecimento todas as mulheres que nos permitiram chegar onde estamos hoje, e que nunca tiveram medo das consequências de se afirmarem Feministas, de lutarem pelas mulheres da sua geração, mas também pelas mulheres das gerações futuras, como a minha e a das minhas filhas. |
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WANDA GUIMARÃES Cada vez mais a realidade evidencia que as mulheres são as heroínas modernas do nosso quotidiano que continuam a ser inaceitavelmente discriminadas no trabalho e no emprego sem uma justa correspondência entre habilitações, competências e remunerações auferidas. Rejeitamos a visão daqueles/as que afirmam que as discriminações de que as mulheres são alvo estariam apenas intrinsecamente ligadas a uma mudança de mentalidades pela qual devemos pacientemente esperar. Essa é a visão retrógrada de quem interioriza que um problema de direitos humanos não é assim tão urgente. As mentalidades não se alteram por artes mágicas. Alteram-se sim com vontade política, com implementação de políticas e de medidas adequadas. É isso que o Partido Socialista defende. É isso que está a fazer. |