“Quem confunde a extrema-direita antidemocrática com a esquerda parlamentar e quer normalizar os descendentes dos fascistas está muito enganado acerca do que é preciso fazer hoje”, observou o secretário nacional do PS, durante o tradicional desfile do 25 de Abril, na Avenida da Liberdade, em Lisboa.
Porfírio Silva, que integrou a comitiva socialista que desceu a avenida, ao lado de outros dirigentes nacionais, como João Torres, Jamila Madeira, Elza Pais, Vera Braz ou Miguel Costa Matos, afirmou que a mudança que se iniciou a 25 de Abril de 1974 é “para continuar”, e que é “preciso que os mais novos venham a essa transformação”.
“Pensávamos que a democratização estava garantida, mas hoje sabemos que para conseguir continuar o desenvolvimento, temos que voltar a lutar pela democracia, temos que voltar a lutar contra os inimigos da democracia, contra aqueles que não respeitam as regras de convivência”, vincou, mas também contra aqueles que que querem confundir “a extrema-direita, que tem saudades do fascismo e que se pudesse faria uma nova ditadura”, com a “esquerda parlamentar”, que “faz parte da democracia” e é “uma contribuinte líquida para a pluralidade, para o pluralismo democrático”.
Porfírio Silva defendeu, por isso, que “a saúde da democracia nunca está garantida contra aqueles que fazem tudo” para a destruir e apontou que “o primeiro momento para destruir a democracia é substituir a argumentação, as razões, o contraditório democrático pela violência verbal, e a violência verbal normalmente é o primeiro ponto para a violência física”.
E apelou ao “respeito pela diferença” e pelas “regras democráticas”. “Nós precisamos disso para que o país se continue a focar no combate pelas condições de vida das pessoas, porque há muita coisa para melhorar, há muita coisa ainda para fazer”, sustentou o dirigente do PS.