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Demissão de ministro mostra que Passos Coelho já não lidera o seu Executivo

Demissão de ministro mostra que Passos Coelho já não lidera o seu Executivo

António José Seguro confrontou o primeiro-ministro com as consequências de “instabilidade” política e com a imagem de “fragilidade” externa resultantes da demissão do seu “braço direito” no Executivo.

“Na quarta-feira, durante o debate da moção de censura do PS ao Governo, o senhor primeiro-ministro disse, com o ar de arrogância que o caracteriza, que o Governo estava mais unido do que o PS, mas quero dizer-lhe que nesta bancada não há nenhum registo que alguém tenha abandonado por falta de força anímica. Estamos a falar do seu braço-direito no Governo”, apontou durante o debate quinzenal na Assembleia da República.

Segundo o líder socialista, que fez um duro ataque a Passos Coelho, o que aconteceu em torno da demissão de Miguel Relvas “deitou por terra o argumento demagógico” do primeiro-ministro que a moção de censura apresentada pelo PS gerava instabilidade por se aproximar do momento em que o Estado Português terá de negociar o alargamento das maturidades da dívida pública.

“Na quinta-feira, o ministro dos Assuntos Parlamentares disse que já tinha acordado consigo a saída do Governo há semanas. O momento que escolheram para ele sair por falta de força anímica não queria instabilidade na negociação do Governo e não é um fator de irresponsabilidade e instabilidade?”, questionou.

António José Seguro endureceu, depois, o ataque, asseverando que o atual Governo dá uma imagem de “fragilidade e de decomposição” perante o país e os “parceiros europeus” de Portugal.

“Não é só o facto de o ministro Adjunto ter anunciado a sua demissão e não ter sido anunciado o seu substituto, é também o facto de um secretário de Estado [Almeida Henriques], há semanas, ter também anunciado que tinha pedido a demissão mas só saia a 15 de maio. Mas isto é um Governo? O senhor primeiro-ministro não lidera nada”, acusou.