Défice deste ano aponta para falhar meta do Governo
As contas nacionais relativas ao primeiro trimestre de 2015, ontem divulgadas, apontam para um défice em contabilidade nacional de 5,8% do Produto Interno Bruto (PIB), praticamente igual ao verificado no período homólogo do ano passado (5,9%). Isto apesar de o Governo ter cobrado mais 400 milhões de euros em impostos.
Tendo em conta que o Governo assume pretender atingir este ano um défice orçamental de 2,7%, muito inferior ao obtido no ano de 2014 (4,5%), isto significa que as contas nacionais teriam de apresentar défices muito baixos nos próximos 3 trimestres para atingir a meta definida e ficar abaixo dos 3%. O que se afigura tão pouco exequível, que seria necessário recuar a resultados que já não são alcançados desde alguns trimestres de 2007 e 2008, com um Governo do Partido Socialista.
Mais ainda: no primeiro trimestre deste ano, o Governo consumiu já praticamente metade – 48% – do défice nominal estimado para todo o ano e inscrito no OE2015.
Números que vêm dar razão à estimativa do FMI, que, no seguimento da sua segunda visita pós-programa de ajustamento, há duas semanas, apontou para que o défice português em 2015 fique em 3,2% do PIB. Muito aquém, como realçou João Galamba, da meta de 2,7% estabelecida pelo Governo.