Falando esta manhã numa conferência de imprensa no Ministério das Finanças, após o Instituto Nacional de Estatística ter divulgado que o défice das Administrações Públicas no ano passado não ultrapassará os 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB), uma redução face aos 4,3% previstos pelo Governo em outubro passado, o ainda ministro das Finanças, João Leão, salientou que os dados hoje divulgados vêm demonstrar, por um lado, que há uma clara “consolidação da trajetória de contas públicas nos últimos seis anos”, e, por outro lado, confirmar Portugal “no pequeno grupo de países da União Europeia com um défice inferior ao referencial de 3%”.
Segundo João Leão, o Programa de Estabilidade hoje apresentado no Parlamento aponta ainda para o crescimento do PIB de “2,6% em 2024 e 2025 e de 2,5% em 2026”, salientando que o crescimento económico de 5% estimado para este ano constitui já uma “revisão em baixa” face aos 5,5% que inicialmente o Governo previa, um ajustamento que, segundo o governante, resulta do “cenário que nos é colocado pela guerra na Ucrânia”.
De acordo com o ministro das Finanças, que será substituído na pasta por Fernando Medina no próximo Governo, Portugal é hoje dos poucos países da UE a “registar um défice orçamental inferior ao referencial de 3%” e também dos poucos Estados-membros que se encontra numa situação “mais favorável para enfrentar o futuro próximo”, lembrando que neste clube apenas estão hoje “três ou quatro países entre os 27 Estados-membros da União Europeia”.
Com estes números e estes dados, João Leão afasta o cenário da economia portuguesa poder entrar num terreno recessivo, antecipando antes, e pelo contrário, um quadro em que o país vai continuar a ter “uma forte pujança de recuperação pós pandémica”, para a qual não deixará de contar com a ajuda e o apoio do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).