“A Europa tem de saber liderar naquilo em que é imbatível, que é nos valores, e tem de o fazer de uma forma que não tenha duplos critérios”, afirmou a antigo primeiro-ministro, que centrou a sua intervenção em torno das questões e dos desafios europeus.
Falando perante uma plateia de jovens socialistas, o presidente eleito do Conselho Europeu enfatizou que o respeito pelo direito internacional e pelo valor da vida humana não pode escolher geografias, seja pela Rússia ou por Israel, seja em Gaza ou na Ucrânia.
“E é isso que dá credibilidade à Europa e que pode permitir à Europa afirmar-se com credibilidade ao nível global”, enfatizou.
“Maior ausência não significa menor pertença”
Observando, depois, que o exercício da presidência do Conselho Europeu o fará estar menos presente na atividade partidária, António Costa garantiu, contudo, que esta “maior ausência não significa menor pertença”.
“Essa minha maior ausência não significa menor pertença ao meu partido, que é o PS e que continuará sempre a ser o PS”, referiu, saudando o Secretário-Geral, Pedro Nuno Santos, presente na plateia.
Durante a fase de perguntas dos participantes na Academia, António Costa deixou ainda uma certeza, quando questionado sobre a atualidade política nacional e o próximo Orçamento do Estado.
“Poucas pessoas têm tanta experiência como Pedro Nuno Santos a negociar orçamentos com sucesso”, disse o antigo chefe do Governo, acrescentando: “se não houver sucesso numa negociação do orçamento, seguramente não será por culpa de quem já deu tantas provas de saber negociar orçamentos”.