Defesa do projeto europeu passa pela derrota dos populismos e nacionalismos
Carlos César, que falava na sessão de abertura da Convenção Europeia do PS, referiu que o presente e o futuro de Portugal dependem da Europa, por isso, o compromisso europeu “não é um qualquer compromisso com a Europa”.
“Temos de preservar e trabalhar por uma Europa em constante reforma, por uma Europa mais capacitada, para enfrentar positivamente os desafios das migrações, superar os efeitos de situações como a do ‘Brexit’, da globalização em geral e das guerras comerciais”, frisou.
Estas situações só podem ser superadas com êxito se a Europa estiver “unida e com uma estratégia clara”, considerou.
Elogiando a governação de António Costa, o também presidente do Grupo Parlamentar do PS defendeu que é graças a essa estatégia que Portugal tem hoje um “lugar de mérito” na Europa e governantes respeitados pelas instituições europeias.
“Ganhámos voz na Europa. É uma voz que se deve à governação responsável e bem-sucedida do PS, e essa autoridade que advêm da boa governação e dos bons resultados merece ser empenhada no voto dos portugueses nestas eleições”, frisou.
Num apelo à mobilização, Carlos César salientou que dar a vitória do PS nas europeias é dar a vitória a Portugal do ponto de vista da credibilidade na Europa e no plano internacional.
Ferro Rodrigues: “Os portugueses podem contar que a Europa é connosco”
O antigo Secretário-geral do PS, Eduardo Ferro Rodrigues, considerou que a grande missão dos socialistas é lutar “pela sobrevivência” do projeto europeu, centrando também o seu discurso no combate aos fenómenos populistas em ascensão em vários países da União Europeia.
“De fora da Europa, mas também do interior da União Europeia, surgem movimentos apostados em destruir o projeto europeu, que tem representado a paz, a democracia e o desenvolvimento deste velho continente”, advertiu.
De acordo com o atual presidente da Assembleia da República, na presente conjuntura política, as próximas eleições europeias são as mais importantes de sempre e os socialistas devem estar à altura desse combate.
“Os portugueses podem contar que a Europa é connosco, a Europa é com o PS. Depois dos combates que travámos pela democracia e pelo desenvolvimento em Portugal, temos agora de lutar por algo que não depende só de nós, mas em que teremos de mobilizar todas as nossas forças. A carta de missão do PS é lutar pela sobrevivência e renovação do projeto europeu”, advogou.
Pedro Silva Pereira: Confronto decisivo por uma Europa solidária e de convergência
Outro dos intervenientes na Convenção, o eurodeputado Pedro Silva Pereira, afirmou que nas próximas eleições está em jogo um “confronto dramático” entre “o egoísmo e a solidariedade”, acusando o centro-direita de ser adversário de uma Europa mais solidária.
Segundo Pedro Silva Pereira, o egoísmo assume hoje na Europa “duas formas políticas distintas, mas ambas igualmente perigosas”.
Por um lado, referiu, “o nacionalismo populista eurocético, que procura vender a ilusão de que cada um por si talvez consiga melhores resultados”. E uma outra, acrescentou, “que se apresenta como europeísta na retórica, que faz proclamações pró-europeias, mas que depois, na prática, de cada vez que se discute a política e as reformas europeias e se pede mais solidariedade na Europa, o que faz é travar todos e cada um dos passos para mais solidariedade”, fazendo uma crítica vigorosa aos partidos de centro-direita.
Pedro Silva Pereira citou, como exemplo, as propostas feitas de reformas do euro e da partilha de riscos à escala europeia, cuja resposta “é sempre não”, deixando “cada um à sua sorte e abandonados”.
“É o centro direita o adversário de uma Europa mais solidária e que retome o impulso da convergência”, sustentou.
Santos Silva: Adversários escolheram “caras do passado”
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, por seu lado, evidenciou que os adversários políticos do PS às eleições europeias, em vez de serem “portadores do futuro”, optaram por escolher “caras do passado”.
“Os nossos adversários eleitorais facilitaram-nos muito a vida. Não é que foram escolher para cabeças-de-lista para as próximas eleições europeias exatamente os mesmos de há cinco anos atrás. Como é que é possível ser portador do futuro com as caras do passado?”, questionou, na sua intervenção.
Santos Silva prosseguiu, questionando como poderá ser possível pensar o futuro do projeto europeu com “caras à esquerda” que duvidavam e duvidam da construção europeia e que, umas vezes mais explicitamente, outras vezes mais implicitamente, sugeriam que o único caminho era sair da zona euro e abandonar a moeda única.
“Queriam que nós decidíssemos unilateralmente a restruturação da dívida e deixássemos de cumprir os compromissos. Estão sempre contra qualquer avanço na construção europeia, até no pilar europeu dos direitos sociais tiveram dúvidas”, frisou.
Também à direita, Santos Silva apontou que os portugueses não poderão entregar a bandeira do futuro “às mesmíssimas caras” que fizeram seu o hino ‘ir além da `troika´’.
“Foram aqueles responsáveis, falo do PSD e CDS-PP, quer os que ainda lá estão, quer os que saíram para formar novos partidos”, vincou, lembrando que “eles são todos as caras do passado” e “responsáveis pelos maiores ataques” aos diretos sociais que a democracia portuguesa algum dia conheceu.
O ministro dos Negócios Estrangeiros sustentou que, também em matéria europeia, o “futuro está no PS e nos seus candidatos”, realçando a experiência e as provas dadas pelo Governo socialista, que mostrou ser possível cumprir com todos os seus compromissos perante o país e a Europa.
Assis: “Vamos ter uma excelente lista e vamos todos contribuir para a vitória do PS”
O anterior cabeça de lista do PS nas eleições europeias de 2014, Francisco Assis, foi um dos oradores na abertura da Convenção, onde afirmou o seu empenho nos próximos embates eleitorais do PS.
“Não vou integrar a lista ao Parlamento Europeu, mas não estar nessa lista não exclui o dever de contribuir para a vitória do PS”, disse, expressando um elogio ao “europeísmo” de António Costa e defendendo que “este é o momento para convergir e não para divergir”.
Francisco Assis confessou que chegou a temer que o PS enfraquecesse o seu europeísmo “como preço a pagar” pelo acordo político com os parceiros de esquerda, de que não foi defensor, reconhecendo, no entanto, que “felizmente, isso não aconteceu”. “O PS não decaiu e manteve-se firme”, reconheceu.
O cabeça de lista das últimas europeias deixou, depois, uma mensagem clara para o desafio eleitoral do próximo dia 26 de maio.
“Tenho a certeza que vamos ter uma excelente lista ao Parlamento Europeu e vamos todos contribuir para a vitória do PS”, afirmou.