Defender o primado da política
“Quatro décadas passadas das primeiras eleições livres, vemos como estamos enredados em ciclos curtos de circunstancialismos e de conjuntura. Vemos como o desemprego marca hoje gerações feitas esquecimento e empurradas para a emigração ou para o silêncio e para a dependência. Vemos como a submissão a uma economia especulativa (…) cria pobreza à sua volta”, afirmou o vice-presidente da Assembleia da República e deputado da Assembleia Constituinte eleita em 1975, Júlio Miranda Calha, na sessão solene comemorativa dos 41 anos da Revolução de 25 de abril de 1974.
Numa intervenção, no Parlamento, marcada pela veemente defesa do “primado da política” perante “extremismos populistas” e a “economia especulativa”, o deputado socialista criticou que os “falhanços sociais das políticas de hoje” sejam “incensados como virtudes”.
E exortou para que, “sem fatalismos e sem mordaças externas”, ultrapassemos os “nossos bloqueios”, criando emprego, assumindo a solidariedade coletiva como valor e como prática, modernizemos a nossa administração pública e a nossa economia.
Porque, apontou, “falhar com o emprego, o investimento e a criação de riqueza é falhar no programa”. E, “falhar no seu programa e ser irredutível no erro, é falhar com os portugueses”.
Ver discurso na íntegra aqui.