Defender mais direitos sociais na Europa é travar o avanço dos populismos
Intervindo nos trabalhos do Conselho do Partido Socialista Europeu (PES), reunido durante dois dias no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, alertou para a necessidade de os socialistas europeus assumirem o papel de arautos do aprofundamento do pilar social, considerando Vieira da Silva que este é um dossiê fundamental e “decisivo” para travar, no espaço da União Europeia, os avanços dos populismos, sejam ou não da extrema-direita.
Para Vieira da Silva, é na dimensão social que a Europa pode “construir a mudança”, reaproximando as pessoas e restaurando a “confiança nas instituições políticas”, realçando o governante que foi a ausência desta confiança que abalou fortemente a segurança e a certeza das populações no projeto europeu, abrindo a porta à extrema-direita e aos populistas, em alguns países da União, tendo levado à “perda da capacidade de influenciar a Europa” da família social-democrata e socialista.
Contudo, aprofundar o pilar dos direitos sociais, sendo decisivo para um futuro mais sustentável e equitativo da União Europeia, não é todavia suficiente, havendo na opinião de Vieira da Silva a necessidade de se avançar também para um conjunto de outras políticas que tenham em conta a dimensão social, reafirmando que “não há projeto europeu sem uma Europa social”.
Para que este cenário possa ser uma realidade, ainda na perspetiva do governante português, é preciso ir à “origem”, ou seja, como sublinhou, “à construção de políticas económicas, financeiras e fiscais”, de forma a transformar o pilar social, como aludiu, “num plano de ação com resultados”.
Esta intervenção do ministro Vieira da Silva mereceu o aplauso dos vários participantes neste encontro de trabalho dos socialistas europeus, com destaque para os representantes socialistas do Luxemburgo e da Bulgária, bem como da vice-presidente da Comissão do Parlamento Europeu para o Emprego e Assuntos Sociais.