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Declaração do Secretário-Geral do Partido Socialista

Declaração do Secretário-Geral do Partido Socialista

José Sócrates, reeleito secretário-geral do PS, agradeceu aos militantes socialistas a “prova de confiança” que lhe deram e disse sentir uma “renovada responsabilidade” perante os portugueses, em declaração oficial.
1. Os militantes do Partido Socialista elegeram-me para um novo mandato como Secretário-Geral. É uma prova de confiança que desejo agradecer. É uma responsabilidade que assumo plenamente.
Quero saudar também todos os delegados eleitos. Eles são a certeza de que o próximo Congresso reunirá todo o partido, num debate de ideias e na escolha colectiva da sua orientação política.

Esta campanha eleitoral interna honrou as melhores tradições do Partido Socialista. E não foram só os militantes do partido, mas também os simpatizantes e os independentes que participaram e se envolveram nesta campanha. O PS é hoje um partido unido, um partido forte e um partido aberto à sociedade. O PS afirmou-se como um partido portador das ideias e propostas de acção, iniciativa, reforma e progresso de que o País precisa. O PS é a força da mudança em Portugal, por Portugal.

2. Encaro a reeleição para Secretário-Geral.do PS como uma responsabilidade. Responsabilidade perante os membros do partido; responsabilidade perante os independentes e as forças da sociedade civil que colaboram com o PS, e, sobretudo, uma responsabilidade perante os Portugueses.

Assumo a responsabilidade perante os socialistas. Mais uma vez provámos que somos nós quem lança as ideias políticas que motivam e mobilizam os nossos concidadãos. Julgo que o País percebeu bem a nossa mensagem: É tempo de responder com determinação e rigor à crise económica e é tempo de prosseguir com as reformas modernizadoras. Não é tempo de aventuras, demagogias ou populismo. É tempo de estabilidade, sentido de Estado, responsabilidade, iniciativa.

Assumo também a responsabilidade perante todos os independentes que têm colaborado com o PS, vindos dos sectores mais dinâmicos da sociedade portuguesa. E quero dizer-vos, que o PS se orgulha de contar convosco. O PS conta com as vossas ideias, conta com a vossa energia, com o vosso olhar crítico, com a vossa disponibilidade para o interesse público e para o bem comum. Logo após o seu Congresso, o PS lançará um grande debate nacional, aberto e público, no quadro do movimento Novas Fronteiras, para a elaboração da plataforma eleitoral com que nos apresentaremos às próximas eleições.

Assumo, enfim, a responsabilidade perante todos os Portugueses. Sei que lidero um partico-chave da nossa democracia: Um partido que se honra de servir o seu País nos bons e nos maus momentos. Um partido responsável que assume um projecto de modernização para Portugal.

A nossa linha de rumo é clara: responder à crise e prosseguir com as reformas. Os portugueses não confiam em quem apenas protesta contra a crise.

Os portugueses querem que o País saia da crise. Para isso é preciso visão e prioridades claras:

1)    Aumentar o investimento público – nas escolas, na energia, nas infra-estruturas Tecnológicas. Porque o investimento público cria emprego e dinamiza toda a economia.

2)    Reforçar as políticas activas de emprego, promovendo a contratação de jovens e de desempregados, favorecendo os estágios profissionais, aumentando a protecção no desemprego.

3)    Apoiar as empresas estabilizando o sistema financeiro, facilitando o acesso ao crédito, reduzindo os impostos e contribuições, aquelas que investem e mantêm o emprego.

4)    Reforçar o apoio público às famílias, com o aumento do abono de família, com o aumento da acção social escolar, com a criação do passe escolar, com aumentos reais de salários na administração pública, com o aumento significativo do salário mínimo,  com a redução dos encargos com a habitação.

Esta é a linha de rumo do PS. E o que nos propomos fazer é reforçar esta linha de rumo.

O nosso compromisso é com a modernização do País – e por isso propomos os doze anos de educação para todos. O nosso compromisso é com a satisfação das necessidades das populações – e por isso propomos a extensão da rede social de apoio às famílias e das redes de cuidados de saúde. O nosso compromisso é com uma economia mais sólida – e por isso propomos uma regulação pública para os mercados mais transparente e mais eficaz. E, sobretudo, o nosso compromisso é com a justiça social e o combate às desigualdades – e por isso propomos uma reforma fiscal capaz de redistribuir melhor o rendimento a favor das classes médias.

Foi com base nestas ideias que fui eleito Secretário-geral do Partido Socialista. Sinto-o como uma honra. Sinto-o como uma demonstração de confiança dos meus camaradas, a que procurarei corresponder com o melhor das minhas forças. Mas sinto-o sobretudo como uma renovada responsabilidade perante os meus concidadãos.

Em tempos difíceis como estes, a responsabilidade mede-se pela capacidade de agir, de recusar aventuras e de ser rigoroso e determinado. Eis o meu compromisso: iniciativa, determinação, responsabilidade. A bem de Portugal, a bem dos Portugueses.