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Declaração de Porfírio Silva sobre Grécia

Declaração de Porfírio Silva sobre Grécia

No passado dia 29 de Junho, depois de se saber que tinha sido convocado o referendo na Grécia, o SG do PS, António Costa produziu uma declaração onde afirmava: “qualquer que seja o resultado do referendo grego”, “decisivo é (…) que seja garantida a integridade da zona euro, o financiamento das economias e uma política económica que permita o crescimento, a convergência e a criação de emprego”.

E este é mesmo o ponto essencial:

Qualquer que seja o resultado final do referendo grego, as negociações têm de recomeçar e têm de ser levadas a bom termo o mais rapidamente possível. Para o PS, este assunto não se trata numa base partidária.

O que está em causa é o futuro da Europa, em termos políticos, económicos e geostratégicos.

O que está em causa é também o interesse nacional e é isso que nos guia. Para o Estado, para as famílias, para as empresas, mais uma crise na zona euro iria criar mais dificuldades económicas, designadamente por causa do aumento das taxas de juro. Tudo isso deve ser evitado, retomando imediatamente as negociações, fazendo-as avançar e levando-as a bom termo.

O governo português tem tido uma atitude antipatriótica nesta matéria, porque está interessado em explorar partidariamente o medo das pessoas e porque trata os assuntos de Estado como propaganda eleitoral.

O governo tem feito de conta que um terremoto grego não afetará Portugal. Mas está errado, porque o prolongamento desta crise afetará Portugal, tal como afetará outros países e outros povos: o Estado, as famílias, as empresas.

O PS tem feito o trabalho de abrir espaço na Europa para a Alternativa de Confiança. O Novo Impulso para a Convergência, uma iniciativa do PS com o PSOE, que o congresso dos socialistas europeus apoiou, mostra como estamos atentos e empenhados no quadro europeu.

Com um governo do PS, Portugal não ficará a falar sozinho na Europa.

Com um governo do PS, Portugal não seguirá a via de submissão do governo de Passos Coelho, nem seguirá uma via de orgulhosamente sós, porque na Europa precisamos de aliados, de construir acordos, de fazer vingar os nossos interesses. Na Europa, por mais razão que um país tenha, não pode ficar a falar sozinho. Um contra todos não é a via correta para tratar dos problemas na Europa.

O PS apela ao governo português para que esqueça agora os interesses meramente partidários da direita e, neste assunto grave, recupere ainda algum sentido do interesse nacional. O governo português mostrou publicamente, com declarações lamentáveis acerca de governos de outros Estados, que estava a tratar este assunto como um assunto partidário, como uma disputa entre visões partidárias. Isso não é apropriado. O PS apela ao governo português para ultrapassar essa visão partidária do assunto e para se empenhar ao nível europeu numa solução. É do interesse nacional que o governo português seja capaz dessa correção de rumo.

O diálogo tem de ser retomado, um acordo deve ser alcançado o mais rapidamente possível, o interesse de Portugal é estar do lado certo da história.