Decisão de Bruxelas fomenta clima de confiança em Portugal
A decisão da Comissão Europeia de recomendar a suspensão da multa a Portugal por incumprimento do défice em 2015 poderá contribuir para acelerar o investimento no país, considerou o ministro do Planeamento e Infraestruturas, em Angra do Heroísmo, Açores.
À margem da assinatura de um protocolo entre o Governo da República e o Executivo açoriano, com vista ao processo de certificação do aeroporto das Lajes para a utilização permanente pela aviação civil, Pedro Marques frisou que aquele era também “um dia bom para a nossa economia, para a confiança das empresas, dos investidores nos investimentos que farão em Portugal”.
“Acredito que são muitos a ajuizar pelas candidaturas que temos tido aos fundos comunitários, que bateram todos os recordes nos últimos concursos”, declarou, insistindo em que a recomendação da Comissão poderá dar mais confiança aos investidores.
“As empresas neste ambiente de incerteza em que nos encontrávamos podiam ter algumas dúvidas sobre o avanço de alguns projetos de investimento”, explicou, sublinhando que a aplicação de multas a Portugal “teria tido efeitos danosos” para a economia portuguesa e “seria completamente injustificada” face aos esforços feitos no passado e aos que se continuam a fazer.
Para o ministro do Planeamento, “os portugueses permanecem um pouco mais europeus com esta decisão”, que, de resto, “é uma decisão que reconhece os esforços enormes dos portugueses e é uma decisão que não é insensível a estes esforços”.
Isto porque, referiu, houve “muita especulação” nas últimas semanas, mas sempre existiu “estabilidade e confiança no futuro” do lado da coligação que suporta o Governo.
“Eu diria que mais do que a questão da instabilidade política, havia realmente muita incompreensão quanto a esta situação que agora felizmente ficou ultrapassada”, concluiu Pedro Marques.
Protocolo das Lajes reforça desenvolvimento da Terceira
O Governo Regional dos Açores e o Governo da República assinaram hoje um protocolo que assume o compromisso de concluir no prazo de dois anos o processo de certificação da Base das Lajes para a utilização permanente pela aviação civil.
Recorde-se que o início do processo de certificação da Base das Lajes tinha sido anunciado durante uma visita do primeiro-ministro, António Costa, em finais de abril, numa declaração conjunta dos dois governos.
Para o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, a certificação “irá permitir o aumento da flexibilidade da utilização civil, propiciando o aumento do tráfego aéreo, o que melhorará a mobilidade das populações insulares e propiciará um forte aumento do turismo”.
“A assinatura deste protocolo assinala da parte do Governo da República o compromisso com o desenvolvimento da ilha Terceira, tanto numa componente que é estritamente de transporte aéreo, como da economia em geral e, em particular, na sua dinamização turística”, frisou Pedro Marques, que anunciou estar já assegurado o início da operação de uma companhia aérea de baixo custo para a ilha Terceira “ainda durante o ano de 2016”.
Por seu lado, o presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, disse acreditar que o processo possa estar concluído “antes dos dois anos” previstos, tendo salientado que a criação de condições para atração de aeronaves civis na Base das Lajes corresponde a uma medida incluída no Plano de Revitalização Económica da Ilha Terceira (PREIT), que o Governo Regional apresentou, em janeiro de 2015, para mitigar o impacto económico e social da redução militar norte-americana na Base das Lajes.
in Acção Socialista.