“Decidimos chamar o embaixador português em Moscovo para consultas”
O ministro dos Negócios Estrangeiros disse hoje que “Portugal chamou para consultas o seu embaixador em Moscovo”, depois do envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal no Reino Unido, cuja responsabilidade Londres atribui a Moscovo.
Augusto Santos Silva rejeitou a ideia de que Portugal esteja fora do movimento de expulsão de diplomatas russos, lembrando que o país apoiou as decisões tomadas neste âmbito pela União Europeia e pela NATO.
O chefe da diplomacia portuguesa classificou a chamada do embaixador português em Moscovo como uma das respostas para o caso.
“Este é um processo dinâmico, que nós devemos gerir com prudência”, sustentou o ministro, garantindo que, no âmbito deste caso, “nenhum dos instrumentos ao dispor da diplomacia está excluído”.
Depois de recordar que a tradição diplomática portuguesa “é não confrontacionável”, Santos Silva afirmou que Portugal apoiou quer a decisão da União Europeia, de chamar o seu embaixador para consultas, quer a decisão do secretário-geral da NATO, de expulsar sete diplomatas.
“Nenhum de nós espera que haja uma escalada irrazoável”, afirmou o ministro, apesar de considerar que este caso “tem que ter uma resposta à altura por parte dos europeus”.
Portugal está “inteiramente solidário” com a União Europeia e a NATO e “respeita todas as formas de reação”, frisou.
Questionado sobre qual será o critério a escolher se Portugal avançar para a expulsão de diplomatas russos, Santos Silva escusou-se a responder, alegando que o processo está em Segredo de Estado.
Adiantou, contudo, que o critério seguido pelos parceiros europeus tem sido o de expulsar “pessoas que estão mais do lado da inteligência do que do lado da diplomacia”, afirmando que tem dados dos serviços de informações portugueses que não pode revelar.
O ministro dos Negócio Estrangeiros recordou ainda que Portugal integra o grupo europeu que impôs sanções económicas à Rússia depois da invasão da Crimeia.