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“Da parte do primeiro-ministro houve sempre uma enorme inflexibilidade”

“Da parte do primeiro-ministro houve sempre uma enorme inflexibilidade”

António José Seguro acusou o Governo de fechar “todas as portas ao PS” e revelou que nas reuniões de hoje com Passos Coelho e com a troika, “no essencial, não houve nada de novo”.

O líder socialista começou por sublinhar as diferenças que separam o PS do Governo e da troika. Sendo assim, o Partido Socialista discorda das políticas de austeridade aplicadas ao país, que “agravam os problemas dos portugueses”, criando “mais desemprego, menos economia e mais pobreza”.

António José Seguro garantiu que o PS “continua a honrar os compromissos internacionais”, e que o partido defende uma agenda para o crescimento económico e emprego. “O país tem de estabilizar a economia investindo, criando políticas de fomento de procura interna”, acrescentou.

Segundo o secretário-geral do PS, “o objectivo nacional é o regresso do país aos mercados”.

António José Seguro revelou que ficou “surpreendido” com a iniciativa de Passos Coelho de o convidar para uma reunião. “O Partido Socialista reafirmou todas as suas posições que já eram do conhecimento do primeiro-ministro e que, depois de conhecidas, se fecharam todas as portas”, lembrou. “Da parte do primeiro-ministro houve sempre uma enorme inflexibilidade” em aceitar as propostas do PS, acrescentou.

O secretário-geral do PS afirmou que, tanto na reunião de hoje com o primeiro-ministro, como na reunião com a troika “não houve nada de novo”. O Partido Socialista reiterou que é urgente mudar de caminho e ambos “continuam a insistir na via da austeridade”.

“A troika em vez de ser sensível à argumentação [do PS] tenta corrigir a via da austeridade”, não mudando, assim, de caminho, acusou.

Relembrou que o Partido Socialista apresentou várias propostas para se realizar essa mudança de caminho, como apostar no financiamento das empresas e dinamizar a nossa procura interna. “Precisamos de voltar a investir dentro dos recursos que o nosso país tem”, disse.

António José Seguro defendeu que também tem de haver uma mudança ao nível da Zona Euro e da União Europeia: “Vivemos tempos muito difíceis, já não dependemos de nós próprios”.

O líder socialista lembrou que “o mais tempo que se conseguiu foi para prolongar a austeridade, por isso temos de mudar de caminho, encontrar uma via alternativa”. “Não podemos aceitar essa submissão da troika”, alertou.

António José Seguro acusou o primeiro-ministro de ter fechado todas as portas com o PS. “Esta iniciativa do primeiro-ministro foi pontual, como já aconteceu em novembro. Precisava de fazer um corte de 4 mil milhões de euros e chamou o PS. Hoje também tinha outra dificuldade e, quando tem dificuldades, chama o PS”, apontou.

Sublinhou que o Partido Socialista “está ao serviço de Portugal. Tanto se serve o país estando no Governo como na oposição. O PS não faltará a Portugal”.