“Partimos para esta legislatura com uma carga fiscal superior à do ano passado, com o PIB a contrair e com as variáveis macroeconómicas a indiciarem a inversão de ciclo”, alertou o socialista durante a discussão do programa do XXV Governo Constitucional.
António Mendonça Mendes sustentou que, “com a despesa líquida primária acima do limite ajustado com Bruxelas, com a degradação do saldo estrutural primário e com o saldo orçamental em terreno vermelho, a margem de utilização da política orçamental como estabilizadora do ciclo económico encontra-se muito reduzida, senão mesmo comprometida”.
Avisando que o diagnóstico que o Partido Socialista traça “não é retórica de combate político”, mas sim “previsões macroeconómicas e orçamentais consistentes de diferentes organismos nacionais e europeus”, António Mendonça Mendes assegurou que “o cumprimento deste programa de Governo é, neste contexto, mais um ato de fé do que uma escolha racional”.
E “não decidir é também uma decisão com significado político”, acrescentou.
Para o socialista, “agir como se nada estivesse a acontecer” – ou seja, ignorar os sinais das variáveis macroeconómicas e orçamentais, e acrescentar a incerteza que decorre da guerra comercial em curso e dos conflitos geopolíticos – para defender este programa de Governo pode traduzir-se “na degradação económica e orçamental, com consequências profundas e negativas no bem-estar social”, alertou.