Críticas à cerimónia do 25 de Abril prendem-se com “questões ideológicas” e não com saúde pública
Ana Catarina Mendes, que lembrou que a sessão solene na Assembleia da República “em moldes muito diferentes” do habitual foi apoiada maioritariamente pelos partidos “da direita à esquerda”, frisou que “a democracia não está suspensa” e, por isso, “ganha particular significado neste momento de estado de emergência em que é preciso que homenageemos todos aqueles que construíram a nossa democracia e que por ela têm lutado”.
A sessão solene do 25 de abril, “um dos momentos altos” do ano parlamentar, acontecerá “em moldes totalmente diferentes, com muito menos gente, acatando todas as decisões da Direção Geral da Saúde e garantindo que todas as condições de saúde pública serão respeitadas neste momento”, assegurou. Daí que seja “errado pensar que os políticos estão acima de qualquer outro português quando assinalamos esta data”, alertou a líder parlamentar do PS.
Ana Catarina Mendes afiançou que uma estimativa de 130 pessoas na Sala das Sessões do Parlamento permite cumprir todas as regras de distanciamento social. Ao contrário do que têm afirmado outras forças políticas, os deputados não estarão a fazer “diferente do que pediram aos portugueses”, disse.
“As críticas que têm vindo a ser feitas não se prendem com preocupações de saúde pública, mas essencialmente com questões ideológicas”, defendeu a dirigente socialista.
O Partido Socialista não pactuará com “inverdades”, asseverou Ana Catarina Mendes, que revelou que apenas estarão na cerimónia 22 deputados do PS, entre eles a direção do Grupo Parlamentar, os presidentes e vice-presidentes das comissões parlamentares.
“Todos os outros devem seguir as comemorações do 25 de abril pela via que se pede a todos os portugueses, via televisão ou online”, referiu.
A líder parlamentar do PS acrescentou que “em abril importa relembrar a importância da nossa liberdade e ganha particular significado este ano que, em abril, preparemos a liberdade futura que vamos ter quando acabar este estado de emergência”, sublinhando que a cerimónia terá também essa “carga simbólica”.
O Partido Socialista está preocupado com o combate a esta pandemia e também está “preocupado em, simbolicamente, assinalar o dia da liberdade, o dia da democracia em Portugal”, garantiu Ana Catarina Mendes.