Para Pedro Nuno Santos, basta ler o texto da moção de confiança para se perceber que “não é intenção do primeiro-ministro ter o voto de qualquer partido na moção de confiança, o único objetivo é ir para eleições antes de uma Comissão Parlamentar de Inquérito”.
Garantindo que “esta crise é da exclusiva responsabilidade do primeiro-ministro” e, por isso, Luís Montenegro “só se pode queixar de si próprio”, o Secretário-Geral do PS acusou, durante o debate da moção de confiança ao Governo, o primeiro-ministro de ter arrastado o PSD e o Governo para uma crise política “e agora quer arrastar o país”.
Pedro Nuno Santos salientou que “o Partido Socialista deu, desde o dia 10 de março de 2024, todas as condições” de governabilidade ao executivo da AD, tendo chumbado moções de rejeição, viabilizado a eleição do presidente da Assembleia da República e um Orçamento do Estado. “Mas também dissemos que nós nunca aceitaríamos votar favoravelmente ou viabilizar uma moção de confiança”, vincou.
Se o PS votaria contra uma moção de confiança em janeiro, “hoje, infelizmente, tem muito mais razões para chumbar a moção de confiança”, comentou.
Pedro Nuno Santos esclareceu, em seguida, que “a empresa do primeiro-ministro não é como a maioria esmagadora das empresas em Portugal”, uma vez que “os empresários trabalham de sol a sol para conseguir encomendas e clientes que lhes permitam pagar salários, impostos e Segurança Social”.
Primeiro-ministro comunicou mal com toda a gente
O líder do Partido Socialista acusou mesmo o primeiro-ministro de “comunicar mal com toda a gente”, desde o Tribunal Constitucional à Entidade para a Transparência, o seu próprio Governo, a comunicação social e os grupos parlamentares.
Reforçando que a “Comissão Parlamentar de Inquérito é fundamental para dissipar qualquer suspeita que recaia sobre o primeiro-ministro”, Pedro Nuno Santos deixou um apelo a Luís Montenegro: “Retire a moção de confiança e aceite a Comissão Parlamentar de Inquérito”.