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Costa apela a empresários chineses para criarem novos ativos em Portugal

O primeiro-ministro apelou hoje diretamente aos líderes de alguns dos maiores grupos económicos chineses para entrarem num novo patamar de investimento em Portugal, criando agora “novos ativos”, e destacou as potencialidades estratégicas do porto de Sines.

António Costa falava em Pequim, no início de um pequeno-almoço com empresários chineses, entre os quais se encontravam praticamente todos os que já realizaram elevados investimentos em Portugal, como os líderes da Fosun (Guo Guangchang), da China Three Gorges (Lu Chun), da State Grid (Yang Qing), da Haitong (Qu Qiuping) e do Bank of China (Tian Guoli).

Na mesa do encontro encontravam-se ainda representantes de potenciais investidores chineses em Portugal, como o vice-presidente da Huawei Qu Wenchu, e do ‘chairman’ do HNA Tourism, Zhang Ling, assim como alguns dos principais gestores portugueses de aquisições chinesas em Portugal, casos do presidente executivo da EDP, António Mexia, e do administrador do Haitong Bank José Maria Ricciardi.

No discurso de abertura da reunião, que foi aberto aos jornalistas, o primeiro-ministro português dedicou precisamente as suas últimas palavras aos gestores portugueses: “Vejo aqui à volta desta mesa vários portugueses, o que quer dizer que os empresários chineses encontraram no meu país excelentes quadros para garantir os seus investimentos”, disse.
Perante os empresários chineses, a intervenção de António Costa teve como objetivo defender que “há um novo patamar” na cooperação, “com a criação de novos ativos no país, ou a partir de Portugal para terceiros países”.

“Há novas áreas que justificam uma parceria económica entre os dois países”, acentuou António Costa, numa alusão ao facto de os investimentos chineses até agora realizados em Portugal se terem limitado à aquisição de ativos empresariais.

Entre as novas áreas de cooperação, o primeiro-ministro disse que Portugal está interessado em corresponder ao “grandes projetos” do Presidente chinês, Xi Jinping, ao nível da interconexão internacional da energia e no sentido de criar uma rota marítima mundial chinesa.

António Costa destacou então as potencialidades do acordo recentemente celebrado entre Portugal e Marrocos no domínio da energia e a localização “estratégia” do porto de Sines na faixa atlântica para as ligações com África e com o continente americano (sobretudo na sequência do alargamento do canal do Panamá).

Com o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, ao seu lado, António Costa deixou também uma mensagem política aos empresários chineses: “Os vossos investimentos representaram um sinal de confiança em Portugal e no potencial da economia portuguesa na Europa e ao nível trilateral [com os países lusófonos]”.

“Mas há novas áreas em que podemos cooperar”, insistiu.

António Costa iniciou no sábado uma visita oficial à China que, além de Pequim, o levará também a Xangai e Macau.