Portugal está agora mais no centro da Europa do que em 2015
António Costa falava na sessão de encerramento do Congresso do Partido Socialista Europeu (PSE), em Lisboa, num discurso em que classificou essencial a existência de pluralismo e de alternativas políticas entre os europeístas, e em que comparou a União Europeia a “uma família em que cada um dos seus membros tem a sua individualidade”.
“Temos de recordar os valores dos nossos pais fundadores, aqueles que reergueram uma Europa antes destruída pela guerra e sonharam a União Europeia como um passo essencial para a paz”
Estas referências à necessidade de pluralismo dentro da família europeia serviram para António Costa se referir à desconfiança que o seu executivo foi alvo, tanto em Portugal, como na União Europeia, quando se formou com o apoio do Bloco de Esquerda e PCP em novembro de 2015
De acordo com o primeiro-ministro, quando o atual Governo foi formado, muitos foram os que anteciparam que Portugal “se iria isolar da Europa e que seria em breve uma ilha separada do continente a navegar Oceano Atlântico abaixo, rumo ao sul”.
“Pois enganaram-se, três anos depois não só não partimos da Europa, não estamos a navegar rumo ao sul, como continuamos no continente e hoje estamos mais no centro deste continente do que estávamos há três anos”, disse.
O secretário-geral do PS defendeu depois que o seu executivo demonstrou que era possível virar a página da austeridade sem romper com o euro.
“Ao princípio, alguns diziam-nos que era preciso sair do euro para nos libertarmos da austeridade e outros diziam que nos tínhamos que nos sacrificar à austeridade para continuarmos no euro. Mas nós aprendemos com Mário Soares: Só é derrotado quem desiste de lutar. Por isso, virámos a página da austeridade e estamos mais forte no euro”, advogou.
Para António Costa, Portugal está “mais forte no euro não só por causa da presidência de Mário Centeno no Eurogrupo”.
“Portugal provou que era possível efetivamente ter uma política diferente e ter melhores resultados do que seguindo a receita da austeridade. Temos o défice mais baixo da história da democracia portuguesa, com mais emprego, mais crescimento e mais confiança. Estamos a convergir de novo com a União Europeia”, acrescentou.