Costa afirma que “estamos a vir do fundo dos infernos relativamente ao sistema de transportes públicos”
“Nós estamos a vir do fundo dos infernos relativamente ao sistema de transportes públicos”, disse António Costa.
Costa falou numa “delapidação da capacidade de produção das empresas de transportes públicos na legislatura anterior”, e, como exemplo, apontou que a redução das composições do metropolitano de Lisboa “de seis para quatro carruagens, de forma a diminuir a oferta de transporte”.
O primeiro-ministro elencou também que nesta empresa “foram diminuídas as frequências” e “durante anos não houve manutenção nem das composições, nem da linha, nem do sistema de sinalização”.
“Só para a semana, graças à reposição dessas condições, o metro de Lisboa vai iniciar a experiência de poder retomar velocidades comerciais de 60 quilómetros hora, recuperando por isso a capacidade de aumentar as frequências e melhorar a capacidade de transporte de passageiros”, notou.
Assim, o caminho que o Governo tem estado a fazer “é um caminho muito exigente”, mas tem de ser prosseguido em “várias dimensões”, salientou António Costa, falando em “dotar as empresas de recursos humanos necessários, dotar as empresas de capacidade de manutenção, dotar as empresas de novo material circulante e, simultaneamente, estimular cada vez mais a procura e a utilização, tornando-o mais acessível, não só pela expansão da rede, mas também pela redução de tarifário”.
“É nesta forma integrada que nós podemos ter uma política sustentável do transporte público e promotora do nosso compromisso ambiental”, sublinhou, considerando que “há muito que o país tem para fazer pela frente em matéria de melhoria do transporte público” e vincando que é necessário “continuar a avançar”.
António Costa aproveitou a resposta ao PEV para falar do PSD, e classificar de “tão constrangedora” a intervenção do PSD sobre transportes públicos e de “penosa a intervenção sobre a dívida”.
“O que o PSD não quer assumir é que votou contra os passes sociais e contra esta redução do seu tarifário, e não votou contra só para a Área Metropolitana de Lisboa e a Área Metropolitana do Porto, votou contra para todo o país”, referiu o primeiro-ministro, considerando que existe uma “enorme contradição entre o discurso que o PSD aqui faz e o discurso que os autarcas do PSD fazem”.