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Convergência e coesão na base de uma Europa de futuro

Convergência e coesão na base de uma Europa de futuro

Portugal e a Holanda têm vindo nos últimos três anos a “aproximar posições” e a partilhar pontos de vista sobre as questões da construção europeia, uma convergência que foi enaltecida pelo primeiro-ministro, António Costa, que ontem recebeu em Lisboa o seu homólogo dos Países Baixos, Mark Rutte.

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Convergência e coesão na base de uma Europa de futuro

Para o líder do Governo português, é hoje claro para qualquer observador atento às questões europeias que Portugal e a Holanda, nos últimos dois ou três anos, têm vindo a aproximar posições quanto às soluções que ambos os países julgam ser as mais adequadas para o futuro da União Europeia, uma realidade que não esconde, contudo, a diferença que existe na matriz ideológica que diferencia ambos os governos.

Com efeito, como salientou António Costa, que ontem falava em conferência de imprensa na residência oficial de São Bento ao lado do homólogo holandês, Mark Rutte, esta partilha de pontos de vista é já em si mesma o “cumprimento de uma ambição” que “temos que ter coletivamente” para que haja cada vez mais uma maior “convergência” no seio de todos os países da União Europeia, salientando ser absolutamente natural que numa União de 28 Estados soberanos nem todas as matérias tenham que ser obrigatoriamente avocadas de forma coincidente.

António Costa referiu-se ainda ao bom relacionamento que existe entre os governos dos dois países, não só, como mencionou, ao nível das matérias relacionadas com a construção europeia ou de uma visão comum quanto à estratégia a médio prazo que a União Europeia deve adotar, lembrando também que existe desde há muito uma marca comum, que é a “dimensão atlântica”, que tem dado um cunho distintivo à “longa tradição” de ambos os países nas suas relações abertas com o mundo.

Preparados para o ‘Brexit’

O chefe do Governo referiu-se ainda ao ‘Brexit’, dizendo esperar que o processo de saída do Reino Unido da União Europeia “seja o menos traumático possível”, para que não fiquem sequelas que impeçam, no futuro, a construção de um relacionamento útil e produtivo para ambas as partes.
Lembrando que “cabe ao Reino Unido dizer o que deseja e como deseja fazer”, António Costa garantiu que da parte dos restantes Estados-membros há um “espírito aberto” para que possa haver uma discussão franca e justa.

Capacidade para encontrar soluções

Intervindo neste encontro com os jornalistas, o primeiro-ministro holandês acentuou o seu acordo com a análise feita por António Costa, destacando que a aproximação referida em matéria das políticas europeias “é uma mais-valia”, não só para ambos os países, mas também para a União Europeia.

Mark Rutte destacou o que considerou ser a capacidade de António Costa para “encontrar soluções”, referindo a este propósito o contributo decisivo que o primeiro-ministro português deu para a discussão sobre o orçamento da zona euro, referindo que foi graças à sua visão que “pudemos chegar a um acordo em dezembro sobre algo que já se arrastava há vários anos”.

Uma matéria que, para o Governo holandês, como salientou ainda Mark Rutte, tal como para Portugal, assume um caráter decisivo para que haja uma Europa “de crescimento e mais competitiva”.