A iniciativa, que decorreu no Teatro Thalia, em Lisboa, contou com a participação do Secretário-geral socialista, António Costa, respondendo a perguntas e desafios lançados por um conjunto de personalidades da sociedade civil, em representação da academia e de algumas ONG’s. Dos vários compromissos que assumiu, destaca-se o combate pela Igualdade Salarial, que António Costa quer retomar com a Agenda do Trabalho Digno.
A intervenção de abertura esteve a cargo de Elza Pais, presidente nacional das MS-ID, que lembrou o aprofundamento dos Direitos das Mulheres e as conquistas alcançadas ao longo dos últimos anos de governação socialista.
Helena Pereira de Melo, professora de Direito na Universidade Nova, lançou o primeiro conjunto de questões ao Secretário-geral do PS, centrando-se nos direitos das gerações futuras e na preocupação com a sua salvaguarda. António Costa respondeu com a necessidade de continuar a trabalhar para que a luta contra alterações climáticas produza efeitos.
Manuel Lisboa, Diretor do Observatório Nacional de Violência de Género, trouxe o tema da violência doméstica para a agenda, propondo a territorialização da prevenção e do combate, uma ideia que António Costa subscreveu, explicando que esse é o próximo passo: completar a Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica.
Ana Sofia Fernandes, secretária-geral da Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres, falou de economia do cuidado e de um terceiro setor muito marcado pelo trabalho das mulheres, que precisa de dignificação, ao que o candidato a primeiro-ministro respondeu com o muito que já está a ser feito a esse nível. António Costa mencionou a necessidade de robustecer as estruturas sociais, para que possam dar resposta às necessidades, mas assumiu também que vai continuar a trabalhar para a economia do cuidado tenha outro tipo de visibilidade e de tratamento.
Joana Domingues, da PWN, uma rede de mulheres empresárias, sublinhou a importância da adoção da legislação que obriga as empresas cotadas em Bolsa a integrarem mulheres nos Conselhos de Administração, mas deixou um aviso: as empresas não lhes dão funções executivas, situação que o Secretário-geral do PS reconheceu corresponder à realidade. No entanto, o líder socialista assumiu o compromisso de promover avanços neste tipo de normas, por forma a que a participação das mulheres na vida empresarial seja efetiva.
Paulo Côrte-Real, professor de Economia e ativista LGBTI, quis também dar nota dos muitos avanços alcançados ao longo das governações do PS em matéria de não discriminação das pessoas LGBTI e pediu mais integração. António Costa, chefe do Governo ainda em funções, recorreu ao elenco governativo para exemplificar a forma como vê a participação das minorias na vida país, e salientou a presença no Governo de uma pessoa invisual, uma pessoa de etnia cigana, uma pessoa negra e de pessoas assumidamente LGBTI.
Finalmente, Luzia Moniz, Presidente da PADEMA – Plataforma para o Desenvolvimento da Mulher Africana, prestou homenagem a Francisca Van Dunem, ministra da Justiça, e pediu apoio para as mulheres desfavorecidas da comunidade africana em Portugal, atravessou do reforço dos programas de integração, matéria que mereceu o compromisso de António Costa.
O encontro foi moderado por Susana Ramos, co-coordenadora do Conselho Estratégico Nacional para a Igualdade, um órgão das MS-ID recentemente criado, com o objetivo de trabalhar em estratégias inovadoras dentro da área de trabalho da igualdade.