Construir pontes para uma agenda de desenvolvimento
“Precisamos de atacar os problemas na raiz, através de uma agenda positiva, que combata a pobreza e promova o desenvolvimento, que construa pontes em vez de criar muros, que reforce a cooperação entre os nossos continentes, que ajude a integrarmo-nos em conjunto na economia global”, disse António Costa, intervindo no painel sobre cooperação para a paz e segurança, integrado na Cimeira UE/África, que decorre na capital económica da Costa do Marfim.
Na sua intervenção, o chefe do Governo português salientou que “os conflitos do passado, em que a Europa foi pródiga, ensinaram-nos que a paz e segurança são a base da organização social, sem a qual não é possível o desenvolvimento”.
Para António Costa, que partilhou o palco do painel com o Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, é fundamental “silenciar as armas do presente para podermos usar as do futuro, colocando nas mãos dos jovens os instrumentos para construírem uma vida à altura das suas legítimas aspirações: educação, empregos, e os recursos tecnológicos que reduzam a distância, o isolamento e a desigualdade, e abram os campos do conhecimento, da oportunidade, da cidadania global”.
“Se não facultarmos aos nossos cidadãos os meios para uma vida digna, os instrumentos para desenvolverem as suas capacidades e a possibilidade de o fazerem em sociedades modernas e prósperas, serão frágeis a paz e a segurança”, advertiu, lembrando que “quando falha uma, falham ambas, e quando coincidem, reforçam-se”.
Na sua intervenção, António Costa aludiu ainda ao “relacionamento estreito com África”, salientando que Portugal “permanece empenhado em dar o seu contributo a esses esforços conjuntos”.
Aposta decisiva na juventude
Já no final dos trabalhos da cimeira, António Costa considerou que o encontro de Abidjan permitiu dar um passo muito importante em matéria dos desafios demográficos e da aposta nas gerações jovens.
“Foi um passo importantíssimo, primeiro sobre o tema da juventude, que é crucial, porque o maior desequilíbrio entre a Europa e África tem a ver com a dinâmica demográfica”, disse o líder do Executivo português, sublinhando a importância de “apostar no desenvolvimento das ferramentas necessárias para África não desperdiçar esta geração de que dispõe”.
Neste sentido, António Costa reforçou que o desenvolvimento do continente africano “é a melhor condição para que tenhamos não só uma relação de vizinhança, mas também uma relação cada vez mais intensa de parcerias entre África e Europa”.
“A educação, a formação, a criação de emprego e o desenvolvimento de todo o continente é crucial para o bom relacionamento entre os dois continentes e para o trabalho conjunto”, concretizou.