“Prestamos toda a solidariedade e apoio às declarações do secretário-geral das Nações Unidas”, declarou Francisco César, que garantiu que “o que se tem passado nas últimas horas é fruto de uma má interpretação das palavras”.
O dirigente socialista vincou que a posição do PS sobre o conflito entre Israel e o Hamas coincide com a das Nações Unidas e defendeu que o atentado terrorista perpetrado pelo Hamas no passado dia 7 de outubro “não tem qualquer tipo de justificação”, tendo tido “um enorme impacto na população de Israel”.
“A libertação dos reféns que o Hamas tem em seu poder é fundamental, deve ser imediata e sem qualquer tipo de condições”, alertou.
Para Francisco César, “Israel tem o direito e o dever de se defender”, mas a autodefesa “tem regras que estão presentes no Direito Internacional Humanitário e que devem ser cumpridas”.
Ora, “quando essas regras não são cumpridas faz com que aquele que atacou, violando os direitos humanos, não tenha a resposta adequada de uma democracia ocidental como a do Estado de Israel, que tem o dever e a obrigação de fazer jus ao exercício da democracia que o seu próprio Estado pratica”, disse.
O vice-presidente da bancada do PS apelou, pois, a um cessar-fogo humanitário e pediu que os palestinianos não sejam privados de condições mínimas de dignidade, como água potável e eletricidade.
“Parece que temos uma política de barricada, em que uns estão do lado palestiniano e outros do lado de Israel”, lamentou o socialista, que avisou que se impõe “a razoabilidade de dizer que o lado certo é o dos que querem fazer a paz, querem combater o terrorismo, defendem o cumprimento do Direito Internacional e das resoluções das Nações Unidas”.
Na terça-feira, na abertura de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, António Guterres condenou “inequivocamente os atos de terror horríveis e sem precedentes do Hamas em Israel” e disse que “nada pode justificar a morte, os ferimentos e o rapto deliberados de civis – ou o lançamento de foguetes contra alvos civis”.
O secretário-geral da ONU referiu que “é importante também reconhecer que os ataques do Hamas não aconteceram num vácuo”, acrescentando que “o povo palestiniano tem sido submetido a 56 anos de ocupação sufocante”.
“As queixas do povo palestiniano não podem justificar os ataques terríveis do Hamas”, assim como “esses ataques terríveis não podem justificar a punição coletiva do povo palestiniano”, alertou António Guterres.