Confinamento deverá manter-se até meados de março
“É bastante evidente que o atual confinamento tem que ser prolongado por mais tempo, desde já durante o mês de fevereiro, e depois sujeito a uma avaliação, mas provavelmente por um período que os peritos hoje estimaram em 60 dias a contar do seu início”, afirmou Marta Temido, no final da reunião desta manhã sobre a evolução da situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal.
Os números de novos casos diários têm “tendência para decrescer”, apontou a governante, sublinhando, contudo, que “nada está adquirido”, acrescentando que “quanto maior o confinamento, mais rápida será a redução do risco efetivo de transmissão”.
O patamar a atingir, de acordo com a ministra, é ter “uma ocupação de unidades de cuidados intensivos abaixo das 200 camas e uma incidência acumulada a 14 dias abaixo dos 60 casos por 100 mil habitantes”.
Sobre eventuais alterações ao modelo de confinamento ou ao levantamento gradual de algumas restrições, Marta Temido considerou que “terá que ser dirigida para um momento posterior”, remetendo estas matérias para as resoluções do Conselho de Ministros e os decretos do Presidente da República, indicando que foi pedido aos peritos que cheguem a um consenso sobre “um critério base para reavaliar decisões de alargamento das medidas”.
O confinamento decretado em 15 de janeiro marcou o início do decréscimo do número de novos casos, mais acentuado a partir do agravamento das medidas e o fecho das escolas, no dia 21 de janeiro, verificando-se também, progressivamente, uma redução gradual do número de internamentos e de mortes atribuídas à Covid-19.
Marta Temido referiu ainda que o confinamento teve impacto nas estimativas que o Instituto nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge fez sobre a possibilidade de, nesta altura, a variante mais contagiosa do SARS-CoV-2 descoberta no Reino Unido atingir 60 por cento de prevalência, assinalando que se conseguiu “reduzir a sua predominância”.
Adicionalmente, a ministra referiu que foi já pedido à Direção-Geral da Saúde que reavalie os critérios para testagem de contactos com pessoas infetadas, no sentido de qualquer contacto, independentemente do risco, poder ter acesso a um teste.
Sobre o plano de vacinação, Marta Temido confirmou que a primeira fase vai ser prolongada para abril, sublinhando que o Governo português está a trabalhar, juntamente com os seus parceiros europeus, para ultrapassar as “dificuldades e constrangimentos” no fornecimento de vacinas pelas farmacêuticas.
“Todos sabemos que o número de vacinas contratadas pela Comissão [Europeia] é superior àquele que nos está a chegar”, referiu, afirmando que Portugal, na presidência da União Europeia, dará “apoio à comissão para que os contratos realizados sejam cumpridos e as quantidades contratadas venham a ser entregues o mais brevemente possível”.