Confiança e determinação em abrir novos caminhos ao país
No comício socialista que marcou os dois anos de Executivo do PS, António Costa dirigiu uma mensagem àqueles que apregoam que a governação socialista já cumpriu tudo, apontando-lhes que dizer isso equivale a não conhecer o país, uma vez que “há ainda tanto por fazer”.
“Aqueles que dizem que já esgotámos o nosso programa não conhecem a nossa ambição de ir para além do nosso programa”, declarou, comprometendo.se de seguida a, “enquanto houver estrada pela frente, continuar a andar”.
“E mesmo quando chegarmos ao fim da estrada, vamos continuar a abrir a estrada, porque a nossa estrada não tem fim. A nossa estrada é uma estrada que abrimos sempre, porque há sempre novos caminhos para abrir”, enfatizou.
E àqueles que “simpaticamente” lhe dizem “para descansar um bocadinho” por estar com um ar cansado, Costa respondeu, em tom confiante e determinado: “Posso estar momentaneamente cansado, mas isso em nada diminui as minhas ganas, a minha vontade e a minha força e a determinação de continuar a levar para a frente o PS, o Governo e o país, porque é isso que os portugueses esperam de nós”.
Respeito pelos funcionários públicos e seus direitos
Na sua intervenção, longamente aplaudida, o líder do PS insurgiu-se contra a ideia de que o Orçamento para 2018 beneficia apenas quem trabalha no Estado, contrapondo que é para todos e defendendo que os funcionários públicos têm direito a uma carreira.
Assim, António Costa procurou sobretudo defender que “este Orçamento não é só para alguns, mas, sim, para todos, vivam onde vivam, tenham a idade que tiverem, qualquer que seja a sua profissão”.
O líder socialista também lembrou que 200 mil agregados familiares vão estar isentos de IRS e que 1,6 milhões agregados pagarão menos este imposto com o desdobramento de escalões.
“Há 2,8 milhões de pensionistas que vão ter a sua pensão aumentada acima da inflação e, em agosto próximo, mais 1,6 milhões de pensionistas vão ter uma aumento extraordinário como forma de compensar os anos em que não tiveram qualquer subida quando o PSD e CDS estiveram no Governo”, vincou.
Quanto à questão dos funcionários públicos, António Costa confirmou o cumprimento da palavra dada.
“Estes trabalhadores não são menos do que os outros portugueses. Têm direito ao respeito e têm direito a uma carreira devolvida – uma carreira que agora nós descongelamentos para todos os funcionários do Estado”, pontualizou.
Moderação em prol da consolidação
No plano político, Costa esclareceu algumas ideais, defendendo uma linha “de moderação” ao nível da estratégia de consolidação financeira.
“Alguns gostariam que fossemos mais longe do que era necessários e que Portugal tivesse este ano um défice zero; outros, porventura, gostariam que não nos apoquentássemos com o défice nem com o controlo da despesa pública”, disse, afiançando eu o Governo socialista tem “uma linha de equilíbrio” e de “responsabilidade” que permite garantir o cumprimento das promessas, na certeza de que “não damos um passo maior do que a perna”.
Essa linha de moderação, acrescentou, “é a melhor garantia de não haver reversibilidade de todas as conquistas ao longo dos últimos dois anos”.
Depois, o líder socialista apontou que o Orçamento reforça o investimento público e “cria melhores condições para as empresas”, criticando que PSD e CDS-PP pretendessem dar “um bónus fiscal às empresas, independentemente de investirem ou não”.
Das medidas do Orçamento para 2018, António Costa referiu ainda o aumento do abono de família, a subida do investimento em creches e na universalização do pré-escolar.