Conferência I
“Governar com a troika: políticas públicas em tempo de austeridade” O memorando de entendimento assinado com a troica foi reescrito para aplicar a agenda ideológica do Governo. Esta é uma das conclusões do livro de Pedro Adão e Silva e Maria de Lurdes Rodrigues de análise às políticas públicas em anos de austeridade. A “sustentabilidade das finanças públicas” foi marcada, nos três anos de aplicação do programa de ajustamento, por “uma larga margem de incumprimento e um padrão recorrente de improvisação”, referem os dois docentes do ISCTE na introdução ao seu livro “Governar com a troika: políticas públicas em tempo de austeridade”, que será apresentado amanhã. No livro do antigo dirigente socialista e da ex-ministra da Educação é citado um membro do Governo Passos/Portas, onde este reconhece que “a maior parte do memorando de entendimento com a troica eram coisas que o Governo queria fazer, a maioria delas”. Na obra, Pedro Adão e Silva e Maria de Lurdes Rodrigues consideram que “a avaliação dos impactos do programa de ajustamento produzida no âmbito do Fórum das Políticas Públicas, através de vários estudos sectoriais é globalmente negativo”. Uma análise que choca com o discurso autoelogioso que tem marcado de forma frenética e contínua as últimas intervenções no espaço público de Passos Coelho, Paulo Portas e outros membros do Governo e de dirigentes dos partidos da maioria de direita. Editado pela Almedina, é um livro de leitura obrigatória para entender a agenda ideológica do atual Governo, tendo como pano de fundo a aplicação do programa de assistência financeira. |