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Concorro a primeiro-ministro com um passado que as pessoas conhecem

Concorro a primeiro-ministro com um passado que as pessoas conhecem

Numa entrevista no passado sábado ao jornal I, António Costa mostra-se otimista na obtenção de uma maioria para poder governar com estabilidade e acautelar a necessária mudança de políticas. Garante que o Governo do PS vai aliviar a carga fiscal sobre a classe média a começar, desde logo, pela sobretaxa do IRS começando a corrigir o enorme aumento de impostos de 2012.

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Política de empobrecimento coletivo não melhorou competitividade do país

Uma certeza que advém do facto do Secretário-geral do PS constatar que em todos os estudos de opinião existe uma maioria significativa das pessoas que manifesta o desejo de que das eleições de outubro saia uma maioria, a par de uma avaliação “muito positiva e credível”, como sublinha o líder socialista, sobre as propostas políticas, económicas e sociais apresentadas ao país pelo PS.

Para esta avaliação, muito terá contribuído o cenário macroeconómico que serviu de enquadramento ao programa do PS, que entre outros méritos, defende António Costa, “acabou com o mito de que não havia alternativa às políticas de austeridade dentro do euro”. Um mito, recorda, que tem sido defendido insistentemente pela direita, quando diz que é “preciso austeridade para que Portugal se mantenha na moeda única”. Por outro lado, é igualmente desmontada a alegação da “esquerda radical quando diz que é preciso romper com o euro para nos livrarmos da austeridade”.

Para António Costa, o que o cenário macroeconómico veio provar é que existe abertura para a mudança de políticas, não deixando de “cumprir com as regras do euro”, salientando que as mudanças ali propostas foram avaliadas e testadas, e que, ao contrário de outras, “não se baseiam na lógica do confronto mas de negociação” com as instâncias comunitárias.

As regras na Europa, lembra ainda o líder socialista, “não se mudam em confrontação nem em isolamento”, mas por “negociações e na construção de alianças”.

Recorda a este propósito, o caminho já feito no quadro da família socialista europeia onde foi já possível aprovar, no recente Congresso do PSE, um documento designado “Novo Impulso para a Convergência”, um acordo assinado entre Portugal e Espanha, onde ficou claro que, sendo possível cumprir as regras, não deixa de ser também necessário avançar com um conjunto de políticas alternativas capazes de mudar o actual status quo.

“O meu passado é conhecido”

Depois de garantir que tem sabido assumir as responsabilidades de governar em “diversas circunstâncias e condições”, tendo-se focado neste particular, nas três eleições que venceu para a Câmara Municipal de Lisboa, António Costa lembrou que sempre cumpriu as suas promessas, indo muitas vezes “para além do que tinha prometido”, encontrando aqui a justificação para ter subido de 29,5% nas primeiras eleições para Lisboa para os 52% na terceira eleição.

Defende que tem “uma enorme vantagem” sobre Passos Coelho porque tem “um passado que todos conhecem” e como agiu quando desempenhou cargos políticos relevantes em três ministérios e nos três mandatos à frente do município da capital, acusando o ainda primeiro-ministro de estar “viciado no engano” e de achar que “pode enganar toda a gente durante todo o tempo e sobre todas as matérias”, e de “ninguém saber ao certo o que ele fez antes de ser primeiro-ministro”.

“Como me honro muito de ser político, envergonho-me bastante de ver exemplos desta natureza”, disse ainda o Secretário-geral do PS.