A ministra Mariana Vieira da Silva apontou hoje, em conferência de imprensa, um conjunto de vantagens com a decisão do executivo socialista em transferir para a atual sede nacional da CGD, em Lisboa, parte significativa dos serviços do Governo, considerando tratar-se de uma decisão que permitirá obter ganhos de eficiência, não só energética, mas também financeiros.
De acordo com a ministra da Presidência, esta mudança vai trazer inevitavelmente ganhos que resultam da “concentração dos serviços”, acabando de vez com as constantes viagens na cidade entre os diversos departamentos governamentais, insistindo que se abrirá, com esta nova realidade, um novo cenário onde passará a ser possível a “centralização ao nível de pagamentos de salários e de prestação de serviços a diferentes departamentos públicos”, que passarão, como referiu, a estar concentrados, com evidentes “ganhos de escala”.
Ganhos de 600 milhões de euros em edificado público
Todo este processo de mudança vai implicar a libertação de um conjunto vasto de edifícios atualmente ocupados por serviços do Governo, com ganhos calculados de 600 milhões de euros, como referiu a ministra Mariana Vieira da Silva, e que poderão ser objeto de rentabilização, visando contribuir para o objetivo de reforço da oferta habitacional. Uma avaliação onde se incluem os “edifícios da Secretaria Geral da Presidência do Conselho de Ministros, do Ministério da Economia e do Mar, e dos edifícios do Ministério da Educação situados nas avenidas Infante de Santo e 24 de julho”, mas também “os edifícios arrendados a privados, como o do Ministério da Saúde”.
A ministra da Presidência garantiu ainda que os primeiros ministérios a serem instalados no atual edifício sede da CGD, serão os ministérios da Habitação, das Infraestruturas, da Economia e do Mar, da Coesão Territorial, da Agricultura e Alimentação e o do Ambiente e da Ação Climática, sendo que os restantes “serão gradualmente transferidos”.
Mariana Vieira da Silva referiu também que neste processo de mudança, que se desenrolará ao longo da legislatura, até 2026, ficarão de fora o Ministério dos Negócios Estrangeiros, assumindo o Governo que o MNE encerra “características próprias de representação”, o Ministério da Defesa Nacional e o Ministério das Finanças.
O investimento global, a realizar até ao final da legislatura, deverá ter um custo estimado de 40 milhões de euros, prevendo-se uma poupança de cerca de 800 mil euros por ano em rendas atualmente pagas pelo Estado a privados, e de cerca de 5 milhões de euros por ano em encargos com a gestão de serviços.