“Desde que o INE publica dados das contas nacionais nunca a economia tinha crescido tanto como no primeiro trimestre deste ano, superando o crescimento de todos os países da União Europeia”, congratulou-se o socialista durante o período das declarações políticas no debate da tarde.
De acordo com Carlos Pereira, “este resultado permite que o país ultrapasse os resultados de antes do início da pandemia em 1,2%, tudo isto após dois anos de confinamentos, desconfinamentos e incertezas profundas sobre a evolução da Covid-19 e o seu impacto na atividade económica”.
O deputado do Partido Socialista explicou que “este comportamento da economia portuguesa teve um contributo decisivo da sua internacionalização, seja pela via das exportações, seja pelo investimento direto estrangeiro”, e salientou que “a confiança dos investidores no país foi sempre sendo consolidada, mesmo em período de crise pandémica”.
Este facto teve “resultados extraordinários de investimento externo, revelando uma grande capacidade para atrair e reter investimento direto estrangeiro”, mencionou.
Ora, “se em 2020, mesmo em plena crise pandémica, Portugal já se encontrava no ‘top 10’ das economias europeias mais atrativas, o mesmo estudo, em relação a 2021, da Ernst & Young revela que Portugal subiu dois lugares no ranking, tendo ultrapassado países como a Polónia e a Irlanda”, apontou Carlos Pereira, que garantiu que “nenhum destes factos ocorreu por acaso”.
O vice-presidente da bancada socialista asseverou que “os sinais de recuperação robusta” refletem “a bondade das medidas empreendidas cujo foco principal foi sempre, não apenas garantir a manutenção dos rendimentos dos cidadãos, evitando o colapso do mercado interno e as condições de vida das pessoas, mas também criar todas as condições para que o essencial da atividade económica fosse preservado de modo a assegurar o seu arranque logo que as condições sanitárias assim o permitissem”.
Em seguida, Carlos Pereira disse que “os portugueses podem-se orgulhar do seu país que, na maior feira do mundo da indústria, a Hannover Messe, onde se mostra o que de melhor se faz neste domínio, tem Portugal como país parceiro, com uma presença massiva de empresas inovadoras e capazes de competir no exigente mercado internacional”.
“Esta oportunidade ajudará a consolidar o contributo do mercado externo para o crescimento económico e dará novos estímulos à diversificação da nossa economia que tem em programas como as agendas mobilizadoras um acelerador de inovação, criação de novos produtos e reforço da nossa competitividade”, assegurou.
Parafraseando o slogan escolhido para a Hannover Messe, Carlos Pereira vincou que “’Portugal faz sentido’ para investir ainda mais, desenvolver e aprofundar parcerias industriais de caráter internacional, reforçando os níveis de investimento direto estrangeiro que financia a nossa economia, cria emprego e agrega mais inovação; mas também que ‘Portugal faz sentido’ para comprar mais e assim atingir em 2025 uma meta lançada pelo Governo de 50% das exportações no PIB, duplicando este contributo em pouco mais de 20 anos e relançar, assim, a sustentabilidade do nosso crescimento económico”.
Procura externa no centro das preocupações
O vice-presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista recordou depois que “as exportações líquidas positivas que ocorreram em alguns anos durante a governação do PSD/CDS eram resultado, sobretudo, da queda das importações derivada da erosão do mercado interno, que colocou os portugueses à míngua”.
E deixou uma garantia: “Com o PS no Governo de Portugal colocaremos a procura externa no centro das nossas preocupações, mas, tal como aconteceu este primeiro trimestre, os aumentos das importações traduzirão a satisfação das necessidades dos nossos cidadãos que, apesar da crise, não viram os seus rendimentos sonegados”.
“As agendas mobilizadoras deverão estar no terreno antes do verão, a capitalização das empresas deverá acelerar e o novo incentivo fiscal à recuperação ajudará a promover o investimento a par dos benefícios fiscais dirigidos a projetos estruturantes. Com este enquadramento, a que se junta o reforço do investimento público – que cria condições de atratividade do país –, podemos manter a ambição de progredir nas cadeiras de valor com fabrico de produtos de maior valor acrescentado e assim fazer crescer a economia”, concluiu Carlos Pereira.