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Comissão Europeia vai reconhecendo realidade do país

Comissão Europeia vai reconhecendo realidade do país

O Governo português assinalou ontem a aproximação gradual que a Comissão Europeia tem vindo a registar às contas públicas do país, nomeadamente em relação ao valor do défice, o que é evidenciado pela evolução das estimativas de Bruxelas.
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Em comunicado, que se seguiu à divulgação do relatório de Bruxelas sobre a quinta missão pós-programa de ajustamento, o Ministério das Finanças frisa que esta última missão, que decorreu no final do passado, estimava um défice para 2016 de 2,3%, isto depois da terceira missão, em abril de 2016, ter projetado que se situaria em 3,4%.

Uma evolução nas estimativas de Bruxelas, que pode agora ficar atualizada com o défice efetivamente observado de 2,1%. “Fica, pois, clara a aproximação gradual da Comissão à realidade”, assinala o gabinete de Mário Centeno.

Já em relação às projeções para 2017 – o Orçamento do Estado aponta para um défice de 1,6%, ao passo que Bruxelas estima um valor de 2% -, o Executivo português sugere, na mesma linha, que “as diferenças registadas no passado recente permitirão à Comissão atualizar as suas projeções para 2017”.

“A mesma conclusão se retira das estimativas para o crescimento económico. O crescimento em 2016, 1,4%, excede largamente a previsão efetuada em novembro passado, de 0,9%. Neste plano convirá realçar a importância do contributo do investimento privado para a aceleração a atividade: a formação bruta de capital fixo nas empresas não-financeiras cresceu 6,3% em 2016, face aos 1,7% registados em 2015”, reforça ainda o gabinete das Finanças.

Sobre os “desafios” ao setor financeiro português, ainda identificados pelo relatório de Bruxelas, o Executivo sublinha os passos decisivos que estão a ser dados para a sua resolução, até porque se trata de uma área que foi “descurada durante o programa de ajustamento”.

“Face ao legado recebido, o Governo atuou de forma decisiva em 2016 e, já no início de 2017, através, tanto de mudanças legislativas como de esforços desenvolvidos pelos atores do setor, para recuperar a competitividade. Os dois grandes desafios que permanecem no setor financeiro – níveis de crédito de cobrança duvidosa e venda do Novo Banco – merecem a atenção concertada e prioritária das autoridades portuguesas a concretizar muito brevemente”, concretiza o gabinete de Mário Centeno.