O dirigente socialista começou por lembrar que, desde setembro passado, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, tem vindo a elogiar o trabalho intenso desenvolvido pelo Governo português no combate à Covid-19, nas respostas à crise económica e social e na preparação para a retoma da economia.
José Luís Carneiro salientou que os elogios de Valdis Dombrovskis se devem ao facto de Portugal “ter sido o primeiro país a entregar o PRR”, mas, sobretudo, pela qualidade do PRR que está em linha com as prioridades da União Europeia (UE), nomeadamente quanto a “recuperar a economia e as condições de vida da sociedade”, frisou.
“O Governo apresenta neste PRR uma visão reformista da administração pública em diversos setores, como a transição digital da justiça, educação, saúde, segurança social e até nos próprios serviços externos do Ministério dos Negócios Estrangeiros, nomeadamente na rede consular”, afirmou.
Nestas áreas, conforme salientou José Luís Carneiro, “há um reconhecimento público sobre a necessidade de uma visão reformista, tendo em vista que o país entre no grupo dos mais avançados na transição digital e na modernização da sua estrutura administrativa”.
“É um plano que se encontra em conformidade com as prioridades da União Europeia relativamente aos objetivos da resiliência em setores como a saúde, educação e administração pública”, afirmou o dirigente e deputado socialista, acrescentando que a versão final do PRR resultou de “intensas discussões” entre Bruxelas e Lisboa.
O Secretário-geral adjunto, em tom crítico, lançou a questão: “Por que razão, tendo sido tão extensas nas críticas, as oposições foram tão escassas nas propostas e nas sugestões relativamente ao PRR?”, recordando que “houve mais de 1.700 contributos da sociedade civil, das instituições económicas, sociais e culturais do país”. No entanto, acentuou, “os portugueses e as portuguesas não conhecem contributos das oposições para que este plano seja melhor do que já é reconhecido”.
José Luís Carneiro questionou, usando o mesmo registo crítico, se “as oposições vão continuar assanhadas e acantonadas na sua posição de critica infundada a um PRR que é visto como um modelo para toda a União Europeia”.
O dirigente socialista disse ainda esperar que as oposições se libertem desta posição de acantonamento e possam contribuir e participar “na fase de implementação do PRR e na monitorização dos efeitos nas condições de vida das nossas populações”.