“Os partidos da oposição parecem querer confundir a verdade que queriam ouvir – a sua verdade – com aquilo que aconteceu nestes últimos dois dias na comissão parlamentar de inquérito”, defendeu o presidente do Grupo Parlamentar do PS em declarações aos jornalistas, lamentando que os partidos estejam a tentar promover “a degradação da comissão parlamentar de inquérito”.
Eurico Brilhante Dias explicou o que é, neste caso, a degradação das instituições: “É quando olhamos para a comissão parlamentar de inquérito e vemos que não discute a TAP, mas quer discutir elementos laterais”, como o sistema de informações.
“A intervenção do serviço de informações, neste processo, é a reboque de um caso de polícia” e “não tem que ver com a tutela política da TAP”, asseverou.
Assim, Eurico Brilhante Dias alertou que “a degradação das instituições não pode ser confundida com a degradação da oposição”. “Aquilo que está a acontecer é que, à medida que vamos apurando a verdade, mesmo em factos que são conexos com a comissão parlamentar de inquérito, a oposição insiste em querer trazer para o Parlamento uma discussão sem sentido, não centrada na verdade”, criticou.
O líder parlamentar do Partido Socialista admitiu em seguida que “é particularmente difícil olhar para o líder do principal partido da oposição e vê-lo a repetir argumentos da extrema-direita e dos partidos à sua direita”.
“Lamentavelmente, o líder do PPD/PSD que sobre os assuntos reais do país, sobre a atividade económica, sobre o desemprego nada diz, continua a alimentar um discurso populista”, frisou.
Eurico Brilhante Dias comentou que os partidos da oposição “nada dizem” sobre a TAP e mencionou que “alguns preferem alinhar pela ‘verdade única’ apresentada por um ex-adjunto, quando os factos, as testemunhas, aquilo que foi dito na comissão parlamentar de inquérito indiciam claramente que esse processo deve continuar nos órgãos judiciais”.
“Quanto à intervenção dos serviços de informação, é hoje claro pelos testemunhos que foi acionado o protocolo quando um computador com documentação classificada saiu do Ministério das Infraestruturas em posse de alguém que havia sido exonerado”, disse.
Defendendo que o “protocolo foi acionado de forma adequada”, Eurico Brilhante Dias lembrou que o Conselho de Fiscalização do Serviço de Informações disse na Assembleia da República “que não havia nenhuma ilegalidade”.
Ficou também claro, depois da audição de ontem do ministro João Galamba, que não foi o governante que acionou o Serviço de Informações, “foi o protocolo exigente que qualquer membro do Governo e chefe do gabinete deve executar num quadro em que informação classificada sai do perímetro do Governo”, acrescentou.