No mesmo local onde, em 12 de junho de 1985, Mário Soares assinou o tratado de adesão à então CEE, a par do seu homólogo socialista espanhol Felipe González, foram várias as personalidades presentes na cerimónia evocativa, desde os atuais chefes de Estado e de Governo, figuras institucionais, partidos com representação parlamentar e muitos dos atuais e anteriores eurodeputados socialistas.
Portugal e UE são “caso de sucesso partilhado”
Um dos oradores na cerimónia, o presidente do Conselho Europeu e antigo primeiro-ministro, António Costa, defendeu, no seu discurso, que “Portugal e a União Europeia são um caso de sucesso partilhado”, destacando o desenvolvimento económico e social alcançado pelo país, 40 anos passados sobre a assinatura da adesão.
“Chegados a 2025, Portugal e a União Europeia são um caso de sucesso partilhado. Uma relação de confiança, entendimento e benefício mútuo”, referiu António Costa, sublinhando que a entrada na então CEE, em 1 de janeiro de 1986, foi “refundador para Portugal, por culminar o ciclo da democratização portuguesa iniciado com o 25 de Abril”.
“A assinatura do tratado de adesão não só encerrou o período transitório do regime democrático português, como iniciou a era de maior desenvolvimento social e económico da história de Portugal”, assinalou.
Quatro décadas depois, a economia portuguesa cresceu 143%, “fruto da abertura do mercado interno ao espaço europeu”, o salário médio foi multiplicado por oito e o PIB per capita cresceu 11 vezes, elencou o ex-primeiro-ministro.
Portugal, sublinhou, “é hoje uma economia aberta à Europa e ao mundo, muito mais competitiva do que então”, enquanto “os indicadores de desenvolvimento humano, na saúde, educação e rendimento, estão hoje num patamar incomparavelmente mais alto”.
“Este é um enorme sucesso de Portugal, fruto do trabalho dos portugueses. Mas é também fruto da solidariedade da Europa como projeto de prosperidade partilhada”, disse, destacando que “precisamos dessa unidade e dessa força para defender uma ordem internacional assente em regras, fortalecer o multilateralismo, enfrentar os grandes desafios globais, garantir a paz, a segurança e a prosperidade”.
António Costa recordou ainda as palavras “premonitórias” de Mário Soares, que há 40 anos, na qualidade de primeiro-ministro, assinou o Tratado de Adesão, no Mosteiro dos Jerónimos, um momento que assinalou como “uma data de bom augúrio para o futuro europeu”.
“Ontem, como hoje, esta é a data de bom augúrio para Portugal, para os portugueses, para os europeus e para a União Europeia”, concluiu.